Música

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Cúmplices

“Banha a alma a vontade n’este horizonte de Ideal
Que só as longas paysagens te podem revelar”
In Minho Pittoresco

Uma mesma Terra… tantas almas entrelaçadas no mesmo cantar;
Há pedras mudas que nos falam, pinhais plenos quase desertos




Ecos populares que são uma só voz
Cantares a desafio dos tempos dos avós




Senhoras perdidas ao sentir
As matrizes do nosso país

Oliveiras e Carvalhos sobre templos milenares
Névoas que se esvaem dos ecos da memória
Guardando semelhanças veladas
Baixo os claros raios solares

sábado, 21 de janeiro de 2012

A Flor de Água



FRENTE A LA INMENSIDAD DE ESTE PAISAJE
PARA PODER PINTAR SUS MARAVILLAS
EL ÚNICO LENGUAJE
ES CAER DE RODILLAS

A.      PEREZ NIEVA




Olhando A IMENSIDAO da paisagem
Não podendo pintar suas linhas
Contempla o poeta a nova imagem
Na pureza renascida d’outras vinhas



LA CONTEMPLACION DE LA NATURALEZA
EN LA SOLEDAD DEL MONTE ENALTE-
CE EL ALMA ACERCANDOLA AL CRE-
ADOR
A.      Codorniu





Vivenciando a Beleza
Desde a sua Quietude Original
Aproxima-se Esta Natureza
Do seu eco ancestral






(Fotos: Tui em todo o seu explendor e textos em poesia portuguesa originais do autor)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Dois a dois - quando todos formos Um




Ainda há quem lembre, ainda há o que recorda: como os dias simples eram claros, como o tempo dava-o Deus de graça e como a graça é a de estar juntos sem estarmos sós


Estar dentro da esfera infinita, da eterna chama: que derrete o medo e queima a dúvida
Estar amparado nos braços do Amor Maior: no qual o frio não entra e a dúvida é mera ilusão



Estamos na terra das barcas que cruzam o rio para regressar
Na terra dos reflexos dourados – que se estendem eternos – sem crepúsculo nem ocaso


Onde o dia e a noite se esvaem como num abraço,
Além de braços que abracem ou daqueles que se deixem abraçar…

De mãos dadas, sem haver quem dê ou receba,
a força dos muitos é maior do que a força de um só


Agora, no despertar da aurora
A noite faz-se dia e nele se renova
Baixo a mesma luz, passamos além das guerras
Encontrando o que nos Une e Liberta



A pedra de fundação deste templo está encontrada
Cada pedra uma canção de Amor
Cada pilar um ser firme que se ergue
Cada nova obra um eco de passos para andar


E ainda temos muito que encontrar – tu e eu
Dois a dois, já não há passos solitários
Neste nosso vagar, neste caminho que se faz eco ao passar
Cada estrofe um verso, já não há palavras a meias…




Já nada falta por rimar


(Fotografias: Montedor; Gelfa; Caminha; Seixas e Textos originais do autor)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O caminho do CORAÇÃO



Uma viagem de regresso ao coração


É um caminho longo… sinuoso…



Regressar ao tempo perdido,
voltar ao ninho vazio…
encontrar-te outra vez…


É o único caminho possível: todos os demais levam à perdição…


Há o caminho das alturas:
 que leva a rasgar as vestes terrenas e a despertar a consciência do “Dormente” que cá dentro se esvai



Há o caminho que leva ao sangue, ao mundo das paixões e da carne…


Como rio em turbilhão te arrancam à tua verdadeira personalidade…



se apenas te deixas ir um ápice a mais do que aquilo que a corda pode dar…


O mundo do meio, a terra média…
o universo dos teus temores em convulsão com os teus sonhos…



A Aréola de um coração inflamado em vida, a aberta entre as nuvens da incerteza, transformada em esperança geradora de vida… e de vida nova



É o amar – cada rodopio de uma folha, o sorriso da criança, a face intemporal do idoso que por ti passa…


É a Verdade – porque nunca atraiçoa – sempre o suficientemente perto para ser sentida 


ao mesmo tempo – o nobre, sereno e subtil para te não prender ou arrastar mais além de onde te leva a tua Livre vontade…



Como um Rio de Vida, uma sucessão de sonhos em sinergismo….


Mãos que se amparam e se entre ajudam… deixando atrás as quezílias destes dias de nevoeiro:


que tanto apertam e tanto enregelam a alma e a sua fugaz esperança


É uma luz frágil a da esperança… mas temperada no terno amor ganha um tom dourado…


a prata faz-se dourada neste ser inválido que aspira a sentir mais alto, a respirar mais fundo, a ver mais longe



mesmo assim – agarrar com a força de ambas as mãos as veredas deste percurso… para não perder o rumo, para se não desviar da linha



para entrar em cada passo nesse reino de vida que é o abraço amigo e companheiro de quem me reconhece e em quem me reconheço….


Uma viagem pela noite dentro, seguindo a estrela da Esperança;


um percurso por um dia de névoas atrás do Sol que acalma a dor;


um reencontro numa sala escura: onde a única verdade são dois pares de braços que se encontram num só peito, dele nascendo um só latir de coração



Peregrina, Peregrino:

Caminhamos?



(Fotos - Santa Luzia, Viana do Castelo, Monte D'or, Âncora, Moledo - e Textos: originais do Autor)