Música

quinta-feira, 27 de junho de 2013

BANDEIRA

“Suponde todos os contentamentos, todas as consolações que as imagens celestiais e a crença viva podem gerar, e achareis que estas não suprem o triste vácuo da soledade do coração. Dai às paixões todo o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes mais intensidade, aos sentidos a máxima energia e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites serão apenas o prelúdio do tédio. Muitas vezes, na verdade, ela desce, arrastada por nós, ao charco imundo da extrema depravação moral; muitíssimas mais, porém, nos salva de nós mesmos e, pelo afecto e entusiasmo, nos impele a quanto há de bom e generoso. Quem, ao menos uma vez, não creu na existência dos anjos revelada nos profundos vestígios dessa existência impressos num coração de mulher? E porque não seria ela, na escala da criação um anel da cadeia dos entes, presa, de um lado, à humanidade pela fraqueza e pela morte e, por outro, aos espíritos puros pelo amor e pelo mistério? Porque não seria a mulher o intermédio entre o céu e a terra?”

Alexandre Herculano in Eurico o Presbítero – Introdução













Haja quem cante o poeta e o romance… haja quem diga – de vida a viva voz… haja quem pense que o amor se fadiga e que se encontra este fora de perspectiva e não – obviamente – no meio… entre nós…

Assim sendo - seria louco instrumento… o pensar seriamente – numa humanidade vazia – demente – apenas com coração que fale das coisas correntes – como as ciências e as certezas de toda a gente… e não se encontre esse tal vazio... preenchido... de sonhos garridos, de mágicos destinos e das múltiplas divagações – que são – na sua origem – verdadeiras verdades ignotas – simples notas – da desconhecida cartografia... melodia universal... marcas... tons... sinais… orientações… para os puros e verdadeiros corações… também para outros que ainda não… e que assim – quem sabe – um dia – serão…



Ou seja – quem ama – almeja… perspectivas novas – que fazem deste nosso mundo – velho espelho – algo que merece a pena viver - e assim rever: 

no sentir… no agir... ao se imbuir de verdades vivas que assim o fazem valer... sonhos prenhes... canções solenes... vidas a apreender e de VIDA preencher – tudo o que nos é dado a ouvir – desde dentro sentir… e assim fazer valer… são passos dessa vida: 

essa que nesses ecos se faz garrida... em nós... contida… por nós assim reconhecida – por quem a sonha, por quem a faz assim REVIVER… ecos do oculto – nos sonhos mais profundos – faces que se mostram… espelhos… transparentes… novos… ou velhos… em gotas… caindo… fluindo… sorrindo, chorando… tantas vezes carpindo e depois cantando… arcos de iris… para além o céu rumando… para esse eterno abrigo cantando – ESSE sempre escondido – em ti e em mim se mostrando: AMIGO – sempre… se assim se quiser… sempre… que por ti… eu me der… sejas homem… ou assim te penses... sejas mulher…quando assim o sentes... indo assim – além de ti... e de mim mim -  mais longe do que o “eu”… encontrando qual a “Voz”… fonte ecoando em todos nós… simplesmente por assim ser… assim fazer… ver… e crer…





Chamamos a isto – O PODER – da VIDA que tem de ser... a que nos transforma... e nos renova... baixo a simples e viva prova... de estar aqui .. tu e eu.. sendo aquilo que mais do que o medo pode conter.. sendo amigos daquele que é vivo quando passa além do motivo que o levava a se esconder...

Perspectiva de se ver... desde o sopé se reerguer… cume: 

desse monte... farol vivente que se prende em cada momento que ousaste elevar teu canto entre o tumulto bizarro do dia que se fazia Inverno frio e deste abrigo à semente que te viunascer.. Primavera que se espera entra cada segundo... virando o mundo do avesso transformando-o em novo começo.. para todo o que assim quiser VER... esse facho... gentes vivas em vivos cachos... fonte da vida que se desprende... na luz do ribeiro corrente.. jorrando da eterna fonte ao subirmos esse estranho monte... dormentes no dia... despertos na noite...



e depois mergulhar – entre o ruído da torrente - a que se desfaz em rio potente  -  arrastando a traves que cegam os olhares e levando consigo o estrume eo lixo vazio... deles fazendo adubo que serve de novo substrat... ao antigo pacto... transformando as areias deste deserto: cheias...

Quem... qual o desconhecido... o das cores meias… em cristais biselados... pela luz atravessados… feitos tons e sintonias mil… essa é a Uma e mesma Luz.. essa a Água que nos conduz.. a que se desfaz... audaz... diferente... em cada ser latente... pungente em ti e em mim… 

E – mesmo assim – agua pura que jorra para além da alvura… transparência dando origem a tudo o que a nossa digna ciência... ainda nem sabe, nem ouve... nem pode ver... todo o potencial daquilo que está para ser... eis a matriz... a que se faz em cada passo... ecoando no Grande Abraço... esse que nos envolve... que ecoa e lateja na fronte... que brilha como labareda na noite escura... e desfaz o que nela se esconde... fortaleza no cimo do monte... a que guia entre a sombra... para o lugar onde tudo volta... caminho a encontrar...



É esse, esse algo conciso... artista se mostrando na forma... na obra... no brio... nos ecos da memória... destino... transparentes e diferentes … 

Está em ti – homem que crês… está em tí mulher que assim o vês… está em vós: nessa abraço que parecia atroz... e no germinar da rosa oculta no coração que triunfa... e assim se transforma...

Plena alvura... estrela que a noite escura mais não pode conter... a que se faz em ti e em mim... neste nosso antigo querer... renasce assim como novo ser... 

Eis aquela que se estende desde a nossa fonte... eis o rio corrente... quem inundando e alagando vales... faz dos campos eidos verdejantes... novas colheitas de vida... que pensam... que sentem... projectando e esperando a próxima partida... 

Assim se elevando... árvores de frutos vivos se erguendo... ramos aos céus floridos frutificando... é assim  em ti e em mim... e em todos os que se fazem novos ramos... olhamos os céus sendo nós suas  novas flores... diamantes vivos desabrochando.. 



Onde outrora houve escravos... onde houvera seres bizarros... há novos seres: livres viveres... eis os que esperam:

- sem maior preocupação... sem maior confusão... 

- os que não desesperam...

sorrindo... festejando... crianças no jardim dos tempos... entre as vagas convivendo... 

e - os castelos das areias antigas... que o mar - de novo fez vivas... até serem de novo crianças...

 transformem em sonhos as estruturas baças... as que outrora o tempo apagava... e que a vida - imensa- ilumina e inflama... 

eis oassim a que se transforma … como a gota que se forma do vazio da imensidão… 



caindo... sem medo.... subindo… sendo assim a água de um novo rio - a que se faz mar bravio… e de novo inunda os céus… azul imenso que se faz firmamento… o que entre os tempos... ecoa:



em ti… 
e em mim… 
assim se transforma a divina forma
da verdadeira flor de Lis...

 assim é ... 
se assim se crê... 
se assim o faz valer...
quem o ler...
e quem assim o diz... 


terça-feira, 4 de junho de 2013

... expansion...

sabes quem fala nestas linhas que lês?

sabes quem se esconde para além da morte?

que rima com alegria
- tal como canta com magia -

agúa que corre
viva entre os penedos da vida
sempre nova a brotar?

brisa
- incontida -
- que segreda -
noite e dia
- aquilo que ser algum te poderá revelar?

que dizer dos livros
- palavras... ecos... simbolos
encerrando
o que não é para se poder encerrar


vida viva que as palavras recolhem
espelhos simples
de um algo maior

barcos de poesia
revelando a sintonia
do nosso ser universal

ecos da vida
se refletindo nas cores garridas

arco íris que irás contemplar
são as mil e uma alegrias
- sentidas-

do profundo do teu olhar

vidas
- mais do que vida...
são as que ENCONTRARIAS
rio que flui IMENSO...

em ti ...
em mim

neste VERSO...

e a REVELARIAS

- se estivesses na presença antiga -
daquela de que te estou a falar

essa que paira nos ventos,
que se reinventa em todo o momento

para que a possas ouvir,
sentir,
viver...
e
anunciar


com gestos simples
- risas de outros lugares

com gestos suaves
sons de outrora
nestes NOSSOS cantares

libertação
desde a aparente restição

que és?
de onde véns?
- que tens?

- realmente -

que vieste aqui buscar?

 andas...
ou deixas andar?...

ajudas... motivas... animas?
ou achas que tens de predar?

- dia a dia -
paras tu para A contemplar?


quem olha detras do teu olhar?

quem vê a imagem

que o espelho VIVO te quer anunciar?

qual o mundo que queres ajudar a recriar?

quem lê as linhas
de segredos esguios
quem recria as tintas
da tela dos mistérios vivos?

pequenos pedaços de um grande quadro
dentro do teu ser já vibrar?


dentro do teu mundo
- um mundo novo a pintar -
melodia a ouvir

e fazer surgir
uma terra viva a descobrir

pois é esse o mundo que vais habitar

em cada segundo vivo
que te atreveste a sonhar
e os teus sonhos livres
a viver
e fazer valer

nesta NOSSA vida
que te é dado a VIVENCIAR

(algo que vai além do sonho,
do pensamento,
 do olhar transparente)

nasce na pedra firme
do olhar humilde
de quem te vê de frente

te reconhecendo digno
- diga -
crente
na vida
nesta sua magia
na transcendente sintonia
que se revala em pequenos gestos
ou grandes momentos
nos que vais além do que PENSAVAS SER
ou do que aindatens para VER...

nesse segredo
que fala  noite e dia

e que a mente se atreve apenas
a esboçar...

sábado, 1 de junho de 2013

... recognition...





naquilo que crês…
estás perto

– tão perto que se faz transparente –
 mesmo estando tu dentro…

Que vês quando me vês então?...



Vês duas pernas,
um rosto e um par de mãos?...

que procuras
– talvez –
seja o cheiro da memória
tudo aquilo que ainda não és?...

será o futuro recordado?
esse no que sou pai, amigo, amado?...

será a casa que ainda não se fez?...

serão as opções perdidas
que serão guarida
para no colo um do outro crescer?


Serão os acertos
que nos farão mais perto
ou os enganos
que afastarão nossos fados

até ao mundo da sombra,
do esquecimento
e do frio eterno e gelado…
essa triste memória que se transforma




– se faz inverter e perder –
o que outrora era dia
se faz noite sombria
por tudo aquilo que não se fez…

e o que ficou por dizer,
entregar,
crescer e abraçar…
quanto desse amor ficou por se dar?...

Serão os filhos
– esses que a vida planta por nossas mãos…
dois,
três talvez,
u aquilo que a vida mandar?

Rapaz, rapariga…
patucos rosa, azul.. branco ou sapatilha da adidas
da nike em rosa para meninas...
tudo o que se pode comprar...

como se fossemos montra de loja
no centro comercial de quem cuida…

não te parece esse
conto de fadas contigo de Bárbie
e eu a fazer de Ken?

Quem para os cuidar se não há tempo nem vagar?
Quem para os amparar
– quando nos esgotamos em guerras sem saída-
e assim nos deixamos enganar



É este o espaço e o tempo no que nos vamos encontrar,
é este chão
baixo este firmamento
onde queremos habitar?...

Ou há mais?
Ou seremos nos os tais
– os que vão Vida de entre esta vida despertar -

para aquilo que se esconde além do olhar…
para o que se mostra em cada gesto de paz…
verdade acesa
quando se revela aquilo que é verdadeiramente nosso para dar:

Verdade:
na via da vida e virtude…
valor humano ancestral…
chão nosso, terra firme
verde que alimenta nosso barco a vogar…

Seja este o valor do que é nosso,
seja o que ainda desconheço aquilo que esboço…

seja aquilo que não se pode roubar,
vender,
trocar:

conceder,
vilipendiar
ou delegar

nem em pensamento,
nem na manha,
no medo
ou outra coisa estranha



– é aquilo que nos faz seres livres –

comunhão eterna
entre o que a vida encerra
e aquilo que nos foi dado a manifestar…

 menos do que isso é penar…

circunscrever o dom
que nos faz ser é renegar…

vender o tesouro que vai além do ouro
 é MORRER DEVAGAR:

vens tu para viver
e viver sem vacilar?

Ou és mais um dos que vem para se perder,
para se vender,
vergar e ajoelhar?...

pensa um pouco,
sente cada poro de ti a vibrar

– cada átomo de vida em ti a fervilhar –

cada batida desse coração
sendo um Universo inteiro a ribombar…
VIDA em ti a palpitar…

tu vibrando nessa melodia UNIVERSAL…

quem te vai prender,
quem te vai fazer esmorecer,
quem te vai circunscrever
se és Vida viva que vem para se manifestar

mão em mão convida
tu o digno a te acompanhar…

caminho entre os caminhos
virtude plantada neste lugar…



Somos A VIDA
não há volta a dar…

essa que ecoa
– garrida –
em todo o tempo e em todo o lugar…

Somos o mar
– que se sente -
– em vagas no peito aberto –
a ecoar…

Somos a brisa
– que suspira –
no rosto desperto de quem se deixa pela brisa tocar...

A gaivota perdida
neste estranho e amplo mar…
Com a asa partida
que sara
quando te atreves de novo a Voar…

Somos a criança que se ampara
 no colo
enquanto o mundo parace ruir e passar…

somos o silêncio que se ouve
nesse peito em cada momento
que se deixa o ser humano tocar…

Somos a vida feita perspectiva diversa
 e sintonia
para que possamos dançar…

E somos a brisa nas árvores,
pinheiros no sol por a cantar..-
e somos o sol que desperta
nessa bela aurora de primavera a raiar…

 e somos as gotas que caem
– além das contas e dos momentos -
que mente pode amparar…

 somos esse rio que corre,
somos esse mar que o absorve..

somos a nuvem que passa e somos a água…

e o vento a soprar...
 e somos o fogo que aquece
que transforma o ser noutro novo ser a germinar…

e a pedra que seinto e me faz recordar
– a serena e sólida imagem –
a altiva aragem
– dos reis de além mar –

senhores deste lugar…

somos os rios de vermelho
que se expandem pelo verde da terra a arar…

e somos o azul do firmamento
entre o espaço conzento
quando há nova luz a irradiar…



Somos a brisa
– já to disse?
Que sopra de mansinho a segredar

 – os segredos antigos –
pequenos e garridos

castelos de areia para o ser que anseia
pela sua herança universal…

Que vês quando me vês..
que procuras entrever?

O pai dos teus filhos,
o poder de ser livre,
o abraço que se dá sem se contar?

A mão amiga na que confiar?

A brisa antiga que volta a segredar?

Que és tudo e todos e todo o lugar…



que o medo que te contaram não tem porta por onde entrar
nesse templo sublime
que é a vida que se experime
no teu rosto

irradiando o mundo
no que nos havemos
de amar…

algum dia sem noite
sem alvorada a despontar



Por aqui
– nada disto vi…
entre os tempos
nos que os momentos
se contam em quadrículas desordenadas
celas caras

demasiado pequenas
demasiado estranhas
criações de mentes
que perderam a graça

seres dormentes
para a verdadeira posança

seres indigentes -
vendendo a sua universal herança



celas de dor
incapazas elas de reter e conter
de circunscrever
de fazer esquecer

o seu SER MAIOR

aquilo que clama
que por tua vida reclama
aquilo que palpita no teu interior
luz maior
ser superior
em ti, em toda a volta - e teu redor...

há um caminho a seguir,
a tua vida a descobrir
não te deixas para atrás
por favor...



entre contas e dinheiros
sobra o frio, fica o gêlo...
dessa vida que podia ser

entre os credores
- de vidas e louvores -
haverá quem se erga com VIVA VOZ...

uma entre muitos
a que nos que nos desperte
a nos lembre que
NUNCA estamos sós...

que a morte é o simples divagar
 da vida em consciência

entre os seus reinos
a sair e a entrar

que com ela sonhas
quando dormes - passas suas portas
na alvorada - aurora dourada -
regressas atraves dela - pristina entrada
e a ela voltas a sonhar
em teu eterno desperar



o que num lado é vivo e forte,
no outro é eterno,

esse que olha a morte sem esitação e sem medo
esse que vai além do que parece, esse... que traz a luz de volta quando a noite eterna está à solta
e te conta:
" - vês a tua imagem no espelho?...
vês o mundo sem olhos, sem limites, sem pesadelo?
é assim que vai ser...
vê onde mora...
é em ti que está a nascer..."

E o que te contempla tem a chave...
e quem vê a Sua imagem - sabe...

além do que a voz atroz do algoz te diz sem sentir
há a verdade maior que brota do teu ser interior...
essa que viesta cá para fazer ouvir

por muito que se queira conter
não se pode a luz reter
nunca presa entre vasos e vasilhas
humanas formas plenas de vida

entre as leis e as linhas
mentes disformes procurando dar-lhe brida

entre as pragas concebidas
por reis e tiranos
por gregos e troianos
por mulheres sem dó e homens de pó...

por esses para te esquecer...



Pois quanto maior o apelo
daquilo que tranca o segredo
maior o pulsar da vida a se libertar

quanto mais aperta a tristeza
maior é a beleza  - que vais ouvir, sentir e tocar

quanto maior é a dor - maior o saber que há algo maior...
por isso sentimos - amigos - que algo mexe no íntimo

esperando

nesse céu eterno brilhando
esperança viva em nós contida - que se não faz esperar
qeu te alimenta o querer, o agir e o amar

expressão ínfima em sua essência universal
és ao mesmo tempo
em ti... em mim
 uma percela e o seu ser por igual...

sabes de quem te falo - amigo, amiga, ser amado?



O mor henion i dhu:
Ely siriar, el sila
Ai! Aniron Undomiel

Tiro! el eria e mor
I 'lir en el luitha 'uren.
Ai! Aniron...


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From darkness I understand the night
dreams flow, a star shines
Ah! I desire Evenstar

Look! A star rises out of the darkness
The song of the star enchants my heart
Ah! I desire...