Música

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O templo do amor - um abraço dourado

O sentir...

Entregues a uma tempestade... o mar da vida desfazendo castelos antergos onde - por motivos incertos - nos refugiamos procurando aconchego das sombras que nos atacam em segredo e que nos vão dreando a alma, a vida e alegria de viver... de ser... de estar... de crescer a teu lado...

No entanto, apareceu algo - um momento providencial - Kairos: o tempo original - e expandimos para além da mente... eis o portal por onde entramos tu e eu... numa sala vazia, numa ausência de melodia... apenas despertamos num abraço e - nesse aconchego- nesse pedaço de ser; apostamos a vida e aquilo que há a viver...

E depois vem as tempestades e temporais - nas quais o leme parece estar desgovernado, nos que ainda não encontramos o momento de estar lado a lado... até que as nossas velas tenham sido todas aparelhadas para que o vento da vida sopre com todo o seu primor em direcção ao mundo que passa além da dor...

Vamos descobrindo o Homem do leme - esse ser que viaja em nós e nada teme... que se vai revelando em cada crise e em cada momento de risco e passo arriscado- em direcção ao nosso encontro, ao nosso abraço e ao nosso tempo sonhado...

Ondas de paixão - porque houve um agradecer todo o carinho e desvelo pela refeição preparada. Porque houve palavras ternas e intensa devoção nos momentos de maior paixão, naqueles no que tudo se queima e fica eapenas a verdade nua do ser que se é...

No abraço que te garante "não estás só" - algo mais forte abraça através dos braços que somos "nós" - na pele e no rosto de um outro que aprendo a amar em cada dia, cada sintonia ou cada momento de frustração...

Porque não desistimos depois sorrimos... porque parece difícil e muitas vezes reiteramos - os mesmos buracos, e saltos passados... esperando que sejam caminho de vida ou verdade - quando sabemos que apenas vêm do medo e que é a coragem de amar com critério que nos vai arrancar do cemitério de querer dominar aquilo que nos marca para a liberdade...

Porque embalamos e te atreves a me agarrar... porque vais vencendo o medo - tal como me vieste ensinar - de agarrar com intenso desejo e vontade de te entregar... e eu sorrio por dentro e vibro contigo à medida que somos mais companheiros e que o caminho se faz trilho do reconhecer por dentro para nos reunir...

É esse pequeno desbravar - de todas as rotinas que drenam pedaços - segundos de vida feitos de sorrisos ou abraços - que nos cabe endireitar... pois são esses momentos destinados ao nosso amar.

É esse colaborar - sentir que se ouvem nossos passos a dois em cada decisão arriscada que confrontarmos nestes estrada do caminho da vida que desejamos partilhar...

É o ver que - em cada dia - há mais luz e alegria - mais vida nesse teu rosto adorado, no nosso ser e espaço sagrado; que se desperta para a consciência do quanto há ainda a fazer e viver para o ajudar a germinar.... como o dever de zelo no sentido de nos salvaguardar...

E é este o nosso caminho - marcar horizonte, apontar rumo e destino - erguer o olhar e sorri ao caminhar. Mente aberta, consciência desperta para todas as pedras que nos vão fazer tropeçar... aprender a rir quando ganhamos e aprender a erguer e chorar quando caímos e ha alguma parte do nós que ficou no "magoar"...

É ir limpando os vidrinhos da nossa casa comum - das teias de aranha passadas e dos ruídos do tempo que levam longe do que nos une, liberta e nos ergue...

É entrelaçar os sonhos de que sonha frontalidade, transparência total, entrega, honestidade e ecompromisso com o enlevo do detalhe e o subtil deixar-se levar pelo ser que se forma no abraço conjunto do nosso amar...

E - neste caminho - no que aprendemos - incipientes - a dar passos seguros para depois poder até dançar, correr, saltar e exultar: é entender as derrotas como portas abertas para a luz que é nossa e que espera a atitude certa para a podermos atravessar... os dois... sempre os dois...

Um abraço ao ser Feminino que se entrega - sem a tua VIDA oh EVA! - o Adão moderno está perdido na treva da falta de sentimento e da obtusa compulsão do poder sem a razão do coração...

E tu, sem o seu abraço forte, sem o aperto de vida que espante de ti a morte, te transformas num ser bizarro - meio masculino, meio macho- no que não se conjuga nem a total força da tua vida feminina nem a total essencia do poder sólido da coluna masculina... um aparato complexo - tão confuso que se torna impossível entregar o ser para amar...

Duas colunas que se abraçam e- no seu conjugar - está ao sustento do templo que chamamos "amar"...

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