Música

domingo, 13 de janeiro de 2013

D-EVO-(ca)-ÇÃO I


Conversava com uma utente idosa: falava-lhe dos toalhetes impregnados em Alcool que utilizamos actualmente em substituição do antigo algodão em rama...

"Progresso"... dizia ela...

"Será?" - pensei eu...

- Tem vantagens e desvantagens dona Felisberta (nome figurado); veja - como era no seu tempo? Havia os amoladores para as facas e as tesouras, não era?



(parte do ser dela começou a voltar, o brilho do olhar reapareceu e entretanto a cor voltou ao rosto: as costas ergueram e ficou olhando: a imagem no espelho da D. Felisberta respondia ao apelo - de sermos um que se reconhece para além dos véus do tempo, género, função... tantas roupinhas mil que o ser usa na sua forma de ser prisma da luz una)



- "Era, era senhor enfermeiro"...



-"E - hoje - como funciona? estraga - deita fora - usa rápido, durante pouco tempo e descarta"...



Coisas, objectos... que formatam a forma de estar - a atenção e tempo a dar a cada ser humano que passa, à actividade que enceto, à profundidade do reconmhecimento interior (só se vê bem com o olhar do coração - A.S Exupery)...



Pessoas objectos: perdendo o sentido da DEVOÇÃO à medida que se desligam da essência do Ser comum e passam a rodopiar na roda viva da velocidade desenfreada - sem um rumo interior claro a gerir o seu fluir:

rios que correm sem um Mar para os abraçar... gotas sem sólo fértil onde recair...



Descartamos tão depressa as relações, como as actividades: seres multitarefa... que fazer então?

Parar!

Ouvir, ver, sentir...

Que aprender não é apenas escolástica - saber livresco acumulado sem maior utilidade do que preencher veladas procurando brilhar pelo poder do conhecer... coisa vazia e desemsaibida!...



Aprender - como o seu Irmão Bento faria - "Ora, Ora et Labora: Solve et Coagula".

Projecta uma inteñção, define a intenção, exercita situações pragmáticas que façam essa intenção ser real, dissolve o que eras antes, congrega o que és agora; projecta uma intenção, define a tua intenção, trabalha para a fazer real... dissolve o velho para integrar a nova aprendizagem e volta a começar... e assim - o saber é ADQUIRIDO - e há GNOSE: CONHECER POR DENTRO, ENTRELAÇAR-SE NO SENTIDO DAS COISAS... ser uno na REALIDADE.



Do correr para o caminhar... passo a passo... confiando;

Há um sentido para a vida!

Acorde que procura a sua posição na partitura do pentagrama musical, pentalfa transformado em vida que em si abriga a sintonia universal... sentes a falta desse algo que te chama e é tua origem e ponto de destino real...



Maravilhas-te no espectro de cristas e cavas que compõem as cores garridas do teu viver: tu prisma de forma única que traduz uma escala de harmonia baixo a essência da única luz que há a ver...



Agora - vejo como "num espelho de ver... um dia verei cara a cara" - dizia quem escrevia baixo o nome "Paulo"... dia a dia revelando veús à medida que aponto o Norte das opções para a verdade, a vida...


a via;
a virtude;
a harmonia,
a sua sintonia
e as suas traduções mil no mundo espelhado no que sou convidado a viver: apreciar, recriar...



nesta passagem iniciática da crista que se faz cava e regressa - sinusal entre o tempo - manifesto/ não manifesto: depois de ter sido luz e cor e som e movimento e sorrir e abraçar e sentir e recriar ao pintar, ao dançar nas palavras se entrelaçar em sonhos revivendo mundo e do mundo reconstruir sonhos de verdade feita pedra, madeira, metal...



Tu - Eva que és vida como a sêmea numa casca contida - ambas a  promessa de Luz a germinar:



Porque se queixa a sêmea da dureza - tosca, insensível, inflexível, opressiva - da casca tão crosta... tosca, dura, abrasiva - sendo ela - sêmea, suave moldura de plena alvura, constante mudança... gérmen de vida em potencial? ... ela - sim - Eva! sózinha: vida em manifestação total?!?!



Tu - Adam que és forma - o que te queixas das mudanças garridas, súbitas e sem bridas, dessa fluidez plemna da seiva da árvore que há de ser... dos subtis reconditos revelados de forma serena - pausada.. tão fina e estilizada que a não consegues reconhecer: tu que és o poder de proteger, de determinar, de encarcerar por bem guiar a vida que há de nascer para a luz lá do alto que sabes um dia te vai fazer desvanecer...



Que tens a dizer a esta outra vida - Eva garrida, laranjas do rosto - flores brancas em Ouro forte - essa que te atrai e que contigo à de transparecer, para que a VIDA - a verdadeira e de letra grande e fluída - possa assim acontecer.. renascer... plantando o jardim das cores mil - cores da água que ri - arroio que salta e corre no seu canto cristalino: criança do mundo - feliz - desde a nascente para o seu amplo (A)Mar...

De que te queixas tu ser factual, na tua determinante postura de líder que não é tal?!


Já se entrelaçaram em passo de dança executado por DEVOÇÃO?
Já se entrelaçaram em abraço que nem se dá ou recebe até sentir bater um só coração?
Já deram mãos de amigos, mãe, pai, irmão - sendo depois o que se esconde detrás do espelho - um e outro - a mesma mão?




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