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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Erin III - como o abraço pode parar a loucura



Do Livro de Erín - "Prone to Violence"


“Vincar a premissa básica de que “punir é melhorar”, implica a superestrutura massiva da administração da miséria




São milhões pagos a este tipo de ideologia, simplesmente para aliviar o peso de consciência dos muitos indivíduos que se conseguem adaptar e sobreviver nesse tipo de estrutura. 





Com as antigas ordens sociais em decadência e queda, no entanto, não podemos dar-nos ao luxo de ignorar as nossas prisões rebentando pelas costuras, ou o nosso Estado Social a ser cortado às tiras. Teremos de nos concentrar numa estratégia alternativa com base no AMOR e na ESPERANÇA para estas famílias conturbadas.”





Overlying the basic premise that 'to punish is to improve' is the massive superstructure of the administration of misery. Millions are paid into its pocket annually to relieve the burden of conscience for the many individuals who can adapt and survive. With the old social orders decaying and crumbling, however, we can no longer afford to ignore our jails bursting at the seams, or our Welfare State being cut to ribbons. We will have to concentrate on an alternative strategy of love and hope for these problem families.


Erin Pizzey: “Prone to Violence” pág: 57

FONTE ONLINE: LINK




Adiantando TRINTA ANOS a visão que drasticamente se apresentava na Inglaterra de 1982, poderemos ANTEVER os EFEITOS NOCIVOS das POLÍTICAS de DESCRIMINAÇÃO e das IDEOLOGIAS que PROMULGAM a PARCIALIDADE ou uma visão UNÍVOCA da sociedade - a segregação, a competição, o elitismo são factores que parecem à partida vantajosos (como uma chama de fósforo - intensa no seu acender... parca na sua sustentabilidade);



No seu fundamento - estes padrões de imaturidade civilizacional trazem a semente da artificialidade na visão contextual da VIDA que é MULTIPLA em materialização, SINERGIA constante, VARIEDADE em termos de coesão e que vai além da simples interpretação ou definição da mente Humana...




- paradoxalmente (a mente humana está restrita na interpretação da vida que lhe dá origem - uma vez que é a mente sua derivada e não a inversa)



Poderíamos dizer que a vida tem razões que a razão humana desconhece.



Se analizássemos a NOSSA PRÓPRIA NATUREZA - tendo em conta o saber de que dispomos - poderíamos dizer que é a DIVERSIDADE das várias células humans - com o mesmo HLA de identificação - que gera a HARMONIA da EXPERIÊNCIA HUMANA.



Se as células COMPETISSEM ou se atacassem haveria um processo de "Leucemia" civilizacional;


Se as células perdessem a noção de identidade CONJUNTA na sua VARIEDADE e aparente UNICIDADE - se perdessem a quimiotaxia ou inibição por contacto e cedessem à multiplicação sem padrões (valores) de harmonia conjunta - teríamos que um conjunto (elite) de células igualmente competitivas - que se multiplicam mais depressa, que não cedem a factores químicos de contenção, que possuema possibilidade de Angiogénese - deslocando os recursos em termos de vasos sanguíneos para seu próprio e exclusivo benefício:




 estaríamos na presença de uma NEOPLASIA - que, tal como a Leucemia, termina por destruir tudo... inclusivé a si própria uma vez o seu hospedeiro definha...



Aqui - não é o caso - pois a VIDA (CONSCIÊNCIA) que é UBÍQUA - simplesmente desenvolve os mecanismos de auto-regulação ou feed-back necessários para prosseguir o seu objectivo primordial: GERAR EXISTÊNCIA.



Nós - HUMANOS - em processo de DESENVOLVIMENTO E MATURAÇÃO - estamos a DESPERTAR para esta REALIDADE.



Depois de algumas fases de revolta semi-consciente (como se atravessássemos as birras de uma tenra idade na que distinguimos o "eu" e o "tu" e ainda não integramos o "nós"):



 caminhamos no nosso passo sossegado (se a vida neste Planeta tivesse um ano, nós humanidade teríamos uns segundos de existência e - no entanto seríamos a MESMA VIDA que pensa, sente e teoriza acerca de sí mesma );



Estrutura ÓBVIAMENTE MÚLTIPLA (na natureza e no meio artificial gerado pelo determinismo humano moderno) e baseada nos princípios da DIVERSIDADE, MULTIPLICIDADE e do EFEITO INTEGRADOR dos seu vários elementos constituíntes:



É VIDA que INTEGRA e GERA VIDA - na forma de ESTRUTURAS depois IDENTIFICADAS e DEFINIDAS PELA MENTE - parte integrante desta VIDA;



CICLO INDIVISO, FLUXO VITAL que apenas permuta a sua aparência (como  um regato que se dapta e vai modelando a rocha sobre a se desloca para o seu rio) sem alterar a sua constituição e fundamento;



A VARIEDADE e MULTIPLICIDADE, os vários aspectos da VIDA que não cabem nas folhas quadriculadas das estatísticas mentais (ferramenta - mente - que serve a VIDA pois nela integrada e parte constituínte) são elementos que as ELITES consideram como negativos;



Em apologia da EXISTÊNCIA HUMANA EMANCIPADA E PLENAMENTE CONSCIÊNTE DA RESPONSABILIDADE INERENTE ÀS SUAS OPÇÕES – falamos da NÃO SEGREGAÇÃO com base em premissas EXTERNAS (como a raça, crença, condição, género e afins).



FALAMOS das RESPONSABILIDADES PARTILHADAS em contraste com a ACUSAÇÃO.


Falamos de uma ABORDAGEM que é deveras positiva – PORQUE CONFIA no potencial HUMANO para responder à ADVERSIDADE – em contraste com uma visão IMEDIATISTA: que promove a APARÊNCIA das SOLUÇÕES a curto prazo baseadas numa interpretação INCIPIENTE de uma LEI SIMPLES: 



COMPORTAMENTO GERA COMPORTAMENTO.




Perante a ADVERSIDADE: o REACTIVO ACUSA E ATACA e o PROACTIVO IDENTIFICA, SERENA e – DEPOIS – AGE segundo os VALORES HUMANOS BÁSICOS já IDENTIFICADOS na DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA HUMANIDADE.


Eis a DIFERENÇA entre o SER HUMANO EMANCIPADO ( seus instintos básicos já plenamente INTEGRADOS) em contraste com o ser HUMANO em MATURAÇÃO (obedecendo prioritariamente ou APENAS ao programa de base de preservação da espécie através da salvaguarda do indivíduo);


Falamos do SER HUMANO (MASCULINO OU FEMININO, FEMININO OU MASCULINO por igual) INTEGRAL e SOLIDÁRIO em contraste com o ser humano PARCIAL (IDENTIFICANDO-SE ainda com o INDIVIDUALISMO EGOÍSTA);



Falamos que o SER HUMANO INTEGRADO traduz OPÇÕES CONSCIENTES, CENTRADAS E ELUCIDADAS em contraste com o IMEDIATISMO não elucidado, não refinado pela opção consciente e a experiência com base na RESPONSABILIDADE pelos EFEITOS das suas OPÇÕES;



Falamos de SERES HUMANOS CONSCIENTES dos FUNDAMENTOS em termos de VALORES que permitem à HUMANIDADE 



– despojada de características de sobrevivência de base, típicas da maior parte do reino animal –



 a sua SOBREVIVÊNCIA e APRIMORAMENTO em contraste com seres humanos em processo de maturação que INVERTEM os VALORES de REFINAMENTO aproximando a sua humanidade da ALIENAÇÃO, uma vez que a sua DIFERENÇA, através da OPÇÃO CONSCIENTE, é ANULADA;



Falamos de SERES HUMANOS ESCLARECIDOS com base na ANTEVISÃO (sentido de pertença, sentido de existência, sentido de refinamento, sentido de si/outro, sentido de tecido vital humano e social que o compõe e do que faz parte) em contraste com o ser humano ainda em processo de elucidação, sentindo-se assim DESLIGADO da sua BASE UNIVERSAL de EXISTÊNCIA;




Falamos do SER HUMANO SOLIDÁRIO por estar a sua existência INTEGRADA num todo INDIVÍDUO-FAMÍLIA-COMUNIDADE-SOCIEDADE-ESPÉCIE 



(traduzindo-se no ser humano “espécie” pela especificidade da sua OPÇÃO INDIVIDUAL CONSCIENTE pela INTEGRAÇÃO no TECIDO VITAL GRUPAL que CONSTITUI) 

em contraste com o ser humano ainda em desenvolvimento que interpreta a SOLIDARIEDADE como um FACTOR EXTERNO – logo ALHEIO à SUA PRÓPRIA NATUREZA;



Falamos assim da ESPÉCIE HUMANA no sentido da ESPECIFICIDADE da SUA OPÇÃO como MAIORITÁRIAMENTE CONSCIENTE em contraste com a humanidade ainda em desenvolvimento apresentando o foco de atenção em suas OPÇÕES SEMI-CONSCIENTES:


por estar VINCULADAS de forma PRIORITÁRIA à sua base INDIFERENCIADA num contexto prioritariamente animado e ainda NÃO REFINADO;


Uma parcela da nossa humanidade se identificando ainda com padrões REACTIVOS BÁSICOS em complementaridade com uma HUMANIDADE EXERCITANDO a sua capacidade de OPÇÃO CONSCIENTE e ELUCIDADA;


Daqui a SUA OPÇÃO LIVRE 



(SER HUMANO LIVRE por SER ESCLARECIDO e em OPÇÃO INTEGRADO), 



o seu LIVRE ARBÍTRIO




 (CAPACIDADE DE ESCOLHA CONSCIENTE)




em contraste com o ser humano ainda em processo de DESPERTAR para a NATUREZA da BASE 



(VALORES HUMANOS BÁSICOS ou FUNDAMENTAIS – “Fundamentals”) 



SUSTENTO da SUA PRÓPRIA LIBERDADE, da sua PRÓPRIA VIDA e VALOR INTRÍNSECO:


Na LIBERDADE, VIDA e VALOR do TECIDO HUMANO onde SE INSERE;



Falamos da ACÇÃO com base na CONFIANÇA ELUCIDADA e OPÇÃO CONSCIENTE em contraste com a REACÇÃO INDUZIDA pelo MEDO, a IGNORÂNCIA e a FALTA DE CONFIANÇA na PRÓPRIA HUMANIDADE;



Lembramos o DESÍGNIO dos vários colectivos civilizacionais cuja OPÇÃO (IN)CONSCIENTE implica o desgaste dos próprios PILARES que as SUSTENTAM assim como os sucessivos movimentos de ganho de consciência, centro, sentido e pertença que permitem integrar os colectivos humanos no fluxo vital contínuo traduzido no tecido humano CONSCIENTE e nas várias OPÇÕES ELUCIDADAS com base na premissa de que a 



VIDA GERA VIDA.



Ainda quando desejemos virar as costas aos homens e mulheres que são vítimas da violência doméstica, com o pensamento pouco caritativo de que eles mesmos procuraram o seu próprio contexto, teremos de ter em conta os filhos dessas relações: que não escolheram nascer numa família na que a degradação e o horror formam parte da sua vida quotidiana. Durante os últimos trinta anos, as mulheres culpabilizaram os homens de todas as manifestações de violência doméstica. Agora os homens deverão ter a coragem de referir os números irrefutáveis  das investigações internacionais que demonstram que, na base da violência dos progenitores, subjaz uma função maternal marcada pela violência, a negligência e os transtornos.


© Erin Pizzey. (Capítulo do livro "Women or men, who are the victims?" ("Quem são as vítimas, mulheres ou homens-'"), 2000 – cit com autorização da autora em:
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