Música

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Quando o amor nos convida a sonhar...






Quando a vida nos convida: a abraçar outra vida... asa estendida... para que o ar vibre e se expanda entre dois seres livres e livres os comparta: para que se elevem e vibrem - mais alto, mais intenso... mais brilhante...

Gaivotas ao vento... animando outras asas a se estender... amar... viver...

A vida tem um projecto: iluminar este mundo com seres luz que amam e se entregam ao amor...

Como se descobre isto?

De certo em nenhum livro, seita iluminada, religião passada ou colóquio de universidade..

quando a nossa pele é a pele do ser amado e começamos a voar - se ja o toque oriundo de um lado ou outro lado... e já não sabemos de onde veio o gozo e o prazer de sentir o coração bater naquele ou neste ser...

Advém da  vontade profunda de estabelecer raízes dentro da pessoa amada - que os nossos sonhos , vida e intensidade - penetrem os fios de negrume que outrora a velavam e se deixe trespassar por toda a vida que palpita em cada palavra, cada beijo, cada jogada arriscada... com vista a construir esse mundo novo - feito de bloques luminosos e dourados: de seres entrelaçados - dois a dois plantados; dois a dois integrados - como se um só ser fossem...

E o novo edifício transcende as barreiras da mente - triste e pigmeu tirano, que assumiu as funções ditatoriais - quando apenas serve para dar respostas claras, concretas e concisas nas encruzilhadas em que o amor se confronta com situações pragmáticas que aparecem no trilho do dia a dia e que possam velar ou obstaculizar o rumo mais transparente neste regresso a casa que é amar...

E arde um palpitar secreto: mil fogos, mil sóis - no interior da pele esperando despontar...

Um coração que palpita sem brida, pela simples presença da mulher que se admira, que se quer - ter, estar perto, partilhar tempo.... cujo aroma inspira a sonhar, cujo toque suave inspira a se dissolver, dissipar - para me estender como um manto por toda a pele que se vê e poder sentir esse calor palpitar em todo o meu ser...

É o mergulhar no olhar e ficar feliz por sentir palpitar essa luz de coração feita luz de vida cristal - iluminada por um dourado esbranquiçado que irradia do olhar... e é sofrer e estar triste quando se sente essa luz murchar - por qualquer motivo, por qualquer buraco no nosso caminhar - pois deixamos de ser dois e passamos a ser só um caminhar - tua alegria e tua dor a minha palavra feita sorriso ou pesar....

É sentir como esse coração iluminado se faz luz no teu rosto inspirado - quando me vês como teu parceiro, teu homem por direito: porque escolheste as razões para me amar e deixaste as desculpas para te afastar - TODAS, TODAS - penduradas de lado na porta de entrada do nosso futuro lar...

É porque te atreveste a sonhar - e disseste a palavra - e avançaste com uma atitude - de estar mais tempo em nós; abandonando as rotinas antigas - o teu castelo: de seguranças esvaídas - e saíste - confiando nos meus braços - que te diziam cá de baixo :" é assim"! Vem!
 É assim que aprender a voar - enche os pulmões de ar, sente que rocha serena e sólida está lá em baixo para te abraçar - e vai! - não dês tempo a duvidar! Vai!"

E eram os meus braços esse solidez que te ampara, era o meu peito quem te embala, o meu calor o que te acolhe depois do salto que pensavas ser no vazio ao escolheres o que se esconde por detrás do conceito amar... era eu que te estava a chamar...

Por isso - desliguemos nossos "cães cerberos" - guardiães de Infernos que já não merecemos - ponhamos nossos passos rumo ao Sol - ao paraíso prometido - que um dia abandonamos para o regresso escolhido - por ti e por mim; livres e iluminados - purificados dos desvios - de tudo aquilo que nos atrai para a animalidade não elaborada - o amor não trabalhado entre os teus braços e os meus - entre o sorriso de fazer amor e estar puramente desperto e livre - sorrindo para o outro que nos da tudo e não leva nada em troca... a não ser o amar ao que me entrego - em ti - ser concreto que amo e desejo;

E aparecemos nos entramados da vida - dois seres novos - vestes garridas;
vestidos diferentes - com roupas de vida, esperança e amor: na entrega ao abraço que nos acolhe, à intensidade que nos envolve e eleva, à confiança cega que premeia com uma vida a dois que se multiplica entre todos os que se ama, e que nos reconhecem; que se traduz em luz pura - vida - que através de nós desce e se faz densa - para a outra luz falar acerca da sua natureza ancestral e assim a libertar... filhos quiçá?

Este nosso sonho começa aqui - assim - em ti e em mim; mão dada - olhar centrado na linha do horizonte - esperando o cântico à aurora que é quando passamos a noite escura - fria e ameaçadora - amparados no calor do  nosso abraço e na solidez do "sim" - do compromisso dado - por dar corpo, vida, alma e sangue a aquilo que nos une: e nos liberta - o amor que nos promete que, em cada passo - por muito que parece mais escuro - está uma estrela prestes a despontar - e o novo dia do nosso querer prestes a dealbar...

Amo-te e quero-te minha: mulher

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Sombra



A sombra é tudo aquilo que ocupa o espaço do amor...

Se não amo - a sombra toma o meu poder e força vital e os transforma em egrégora...

É o verdadeiro inimigo - uma paisagem desolada, um deserto de existências perdidas em sentidos vazios... objectivos bem definidos que vão traçando linhas sem retorno para o infinito - enviando as almas e a sua luz para o vazio... esse é o plano da Sombra - deixar o mundo inerte, vazio, frio... um mundo de fantasmas, de ecos baços, de figuras vazias ordenadas por rectas e linhas artificiais - que em nada tenham a ver com os seres humanos originais...

A força que nos anima - o nosso abraço... a tensão viva de saber a tua pele na minha... o gozo eterno de respirar-te... de saber que és tu quem me envolve quando desperto e a minha razão de existir... o mergulhar em ti sabendo que és tu que mergulhas em mim...

Desvelar a mentira diária - de que despertamos para um trabalho, uma posição ou um papel, uma actividade qualquer: isso é "coisificar"! E as ferramentas da retórican da lógica circular e da falácia têm servido esta mentira para despojar o humano da sua humanida invocando a santa razão para o fazer. Entronizou-se a ferramenta - a mente - e deixou-se o ser humano livre feito escravo dos escravos da Razão!

Quando o ser humano existe para o humano - e é nessa humanidade que recebe e transforma sua essencia vital em força motriz a caminho do mundo ideal;

E esse mundo existe!
Está em ti e em mim.

Antevisto quando a tua pele e a minha pele se dissolvem numa nova forma de ser; quando o nosso amor ultrapassa o pudor sem mergulhar na animalidade - nem Potencia ancestral e titã nem mente cortical elaborada e Deus polido feito estátua em templo exaurido de vida ou graça; simplesmente por amar - homem e mulher: um só ser!

Roma cai... seus despojos já se encontram entre as mentiras contadas de forma diária para manter resquícios da estrutura patriarcal inventada outrora para fornecer a possibilidade de euilíbrio entre seres díspares...

O projecto falhou - celebramos que agora se consuma o que já deveria ter sido libertado faz tempo - sem tantas guerras e tantas opressões frutos de Hegel misturado com Descartes... imaginações de Huxley misturadas com Orwell... basta de fria tensão e controle desmedido!...

Mas as sementes de vida e boa vontade permanecem enterradas - latentes - esperando o calor humano necessário para despertar. Ao longo do mundo inteiro - o projecto dos Cem mil Fogos encontra-se como um bebé - enrolado na barriga materna - esperando o momento certo para vir à luz e nascer...

Há uma outra força que emerge - a força do ódio para com os carcereiros; tão temível como a estrutura da que se alimenta - ganhando a sua vida pela negativa; há um ser desfigurado, morando nas profundezes: Lilith anterga - esperando o regresso dos tempos anteriores à história reescrita nas cruzadas patriarcais por deter a força matriarcal que avassalava na altura...

Essa Lilith - primeira antes de Eva - encontra-se entranhada no feminino actual e é exacerbada e estimulada pelo marketing diário que flui para alimentar sentimentos de isolamento, auto-suficiencia, ódio instilado de forma subtil, empreendedorismo para destruir a ordem implicita vigente... emanaçãos da enclausurada para o mundo da luz através das suas sementes - filhas do seu plano para regressar ao mundo que a exilou no passado;

Saltar para a sartã ou assar no lume: qual escolheria o ser livre e iluminado?

Há os que se juntam ao poder antergo e vão abrindo portais para que possa penetrar cada vez mais no mundo normal conhecido - que começa a entrar em massa crítica de consciência e necessita de alívio;

Há os que procuram manter-se fiéis ao código anterior - mantendo-se firmes nas suas posições outrora delineadas. Ordens que procuram minorar os estragos, identificar as fissuras por onde penetram estes "transgressores" para dentro da estrutura templar que juraram guardar... luta inglória mas digna de louvor...

Há os que compreendem que é momento de gerar santuário - todo o espaço templário não pode ser mantido - há que seleccionar tempo, espaço e os que amam de verdade: aqueles que - sendo fiéis ao código original - são dignos de permanecer no plano de existência médio e terreno e com ele permanecer em simbiose de vida e existência - tal como projectado desde o início.

Dai o projecto "santuário" - onde se congreguem as linhas de sangue que trazem no seu interior e que tenham manifestado na sua força e louvor - a verdadeira chama do Dragão que ilumina e sustenta o mundo: sangue vivo que alimenta todos os seus verdadeiros filhos - reconhecidos por vida, forma e acção.

Será triste a separação - pois os esforços desenvolvidos no sentido da reconciliação estão a ser barrados por medos, dúvidas e falta de fé que - sendo do exterior instilados - por agentes sombra, são vírus entranhados na consciência pristina dos seres de mais alto rango de ambas as partes... enquanto estas dissenções se mantiverem e a consciência da verdadeira ameaça que se esconde por detrás do vazio deixado pela impresença de alguma das partes - é terrível.

Um templo com uma coluna?

Primeiro sentir: que ambas as forças estão condenadas à extingção: a sua base é de contraposição nociva e não têm amor a não ser como palavra estandarte para reformular as suas barbaridades e procurar enquadrar essas coisificações do humano dentro de um qualquer código de valores que ninguém (começando por uma criança) consegue assumir.

Que fazer?

Identificar o verdadeiro inimigo:

Quando os homens forem vergados, resumidos aos seus lugares de escravos; quando as fêmeas ecuperem o seu estatuto de privilégio - isto segundo a voz sibilina que vai dirigindo com inalienável paciencia os grupos e elites que orientam as massas de humanidade - então serão os que sobrem confrontados com o verdadeiro inimigo.
Uma forma avassaladora - fria e simplesmente obnibuladora - contra a que o ódio acumulado e algum sonho desvairado - não terão força alguma para poder frear...

O rosto horrendo se vem manifestando - nos dados ocultos: os homens suicidam-se a cada dia MAIS. As variações no espaço de 30 anos são ABISMAIS. Resultado de um processo selectivo de exclusão e reformulação social - pensado, organizado, sintético: INUMANO;
As féminas cada vez mais dependentes de psico-fármacos; esquecidas do seu potencial de gerar, promover e cuidar a vida; adormecidas pelo poder - de cargos, dirigências e saber - tudo pó e cinza semeados em épocas passadas para velar o olhar de uma visão mais cruel e nefasta;

As crianças já são entregues ao credo do estado corporativo, que obedece a essa força destrutiva que pretende restituir uma ordem anterior à história reformulada pelos Homens no início do Renascimento. Essa força - uma vez a sua função tenha sido desenvolvida - não terá mais sentido ou potestade para impedir que o que vem detrás possa penetrar no templo e o esvaziar de vida e calor - pois o que vem detrás é o NADA e a completa falta de vínculos vitais verdadeiros, originais e humanos que sustenham a frieza da NOITE que se nos avizinha.

E o fim que se nos garante é a solidão num qualquer corredor - desvalidos, sós, desligados do factor "identidade" ou da pertença afectiva que nos faz ser humanos em ligação e interacçao. O calor dos que amamos, dos que nos reconhecem e não abdicam da realidade humana humana na sua verdadeira e grandiosa dimensão - pois se não deixaram ludibriar pelos "colares de contas", pelas ninharias que o Sedutor neste mundo tem oferecido a tudo e todos para que abandonassem os seus postos de vigia e para que cedessem às suas tendencias regressivas em detrimento do impulso simples, fino e suave de - simplesmente - amar;

Garanto-te - quando o frio chegar: e o frio é a loucura de despertar sem ter uma razão HUMANA para o fazer;

O frio é vagar no tempo e no espaço procurando egrégoras, matando dragões imaginários ou simplesmente ficando pendurado nas pás de moínhos de vento que pensáramos gigantes - tudo isto porque nos separa esse algo - disperso e - extraórdináriamente concreto - que invadiu alma e pensamento e que agora cavalga a passos largos para tomar o coração humano...

O desespero está naqueles que coordenam - que se já não precatam da sua solidão e o quanto a sombra os cercou - por dentro - de forma que "fora" apenas existam sombras e espectros da luz de outrora...

A solução está no abraço humano: homem, mulher - amar por amar;

É invovocar a razão mais antiga - aquela que nos faz ser o que somos - para além do desejo e do carinho - e neles imbuir o mais sublime da consciência elaborada...

É ir mais além da estrutura e parar de procurar - com a nossa vida, intensidade e atenção - com o nosso tempo vital - solução para um monstro que tem vindo a crescer ao longo do tempo e das eras e que agora ameaça com devorar aqueles que geraram a sua existência na esperança de que os protegesse: o sistema consome-nos; transforma a nossa humanidade em utilidade, o mais importante - o tempo humano de qualidade, numa futilidade;

"Não há tempo" dizem as frases de bocas que caminham em corpos cujas almas são mal amadas...

O abraço humano - bálsamo sagrado para a Sombra - já não penetra nas armaduras negras que estamos a vestir diáriamente; o toque - que implica partilha, tempo e confiança - deixou de ser possível numa sociedade acelerada...

Venceram as pastilhas sobre as peles que se tocam e se cuidam; venceram os fetiches sobre o mimo, a ternura, a devoção - a entrega total e a atenção humana consciente...

Venderam o desejo em lojas de roupa interior e deixaram que canais temáticos os ensinassem a fazer aquilo que apenas cada um pode evocar da sua raíz profunda: seis biliões de notas musicais diferentes, seis biliões de tonalidades para amar transformadas em soldados de chumbo marchando ao mesmo passo - seguindo o mesmo rumbo - o do abismo que a nenhures leva...

O Nada já nos toma - e as féminas hostes - de abelhas esbaforidas pelas guerras - acompanham com vozes triunfantes a queda do sistema - mal sabem que o seu zumbir e vibrar penas serão a força que nos vão destruir e terminar quando não se«obrar ninguem que se erga no sentido de se amar...

E Eles - no desespero - procuram formas de tapar os olhos da plebe, de apontar sua vida e sentir para os problemas do dia a dia - apara que não vejam - quanto estão longe da realidade original plantada no centro do peito.

É quandoo tempo deixa de ser CHRONOS e passa a ser Kairos que começamos a nos aperceber...

É quando nos entregamos - no bem estar e prazer mergulhamos - com total confiança e à vontade - que despertamos... como um segundo baptismo de água nos fosse entregue para que o nosso fogo reviva e recolha de entre as cinzas os pedaços da espada partida que lutava por uma causa...

A causa é a humanidade... a causa é o humano que se perde entre tanto barulho profano;

Ser humano é estar apaixonado, é amar a vida, a floresta, o rio, o mar... nos braços do ser que que faz com que o amor tenha forma própria - assim compreendemos - como o Amor maior se faz gente e como pode ser venerado - sabendo: que é o amor que nela palpita e alimenta e entre nós se expande e impregna - como feixes de luz sagrada que nos traspassam e despertam -.- célula a célula conquistada pela entrega consciente para o abraço - mergulho existência - na pessoa amada...

E ai o nada não entra...
E - ai - a rotina de Roma se esmaga - pois o escudo de vida e verdade é mais forte - e a espada da saudade - da tua pele na minha, do teu calor que me reviva - se ergue e corta as frias normativas inventadas para de nós fazer máqinas...

Não somos animais - nunca mais! Não rastejaremos nem nos submetemos às potencias - Titãs originais - esses já foram incorporados e fazem parte do nosso grito de união, do nosso apelo a revolução...

Mas são os Deuses do Olimpo - e suas gráceis formas, seus estados vibrantes - que se incorporam na corrente e nos levam para um Nascente que promete um novo mundo - dentro da gente;

Santuário já presente - é tempo de que Homem ou Mulher - despertes enquanto estás a tempo!

O mundo foi gerado para que nos encontrássemos; para que tivéssemos tempo de nos olhar, mirar, admirar, namorar e gerar vida mais intensa no interior do ser que vida alberga;

Estamos em pleno paraíso - ainda que se vejam apenas as ruínas do seu portal - basta evocar desde dentro a sua entrada original.

Confia ser amado - estamnos tão perto - tão dentro..

Eu Estou em ti - estás tu comigo?

Vem as sombras e - contra elas - não há ódio, controle ou poder que possa prevalecer. Só o nosso verdadeiro abraço, só o nosso sorriso iluminado e o nosso fazer amor com toda a intensidade - entrega e verdade...

Ergue-te :)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Mil Fogos


O fogo que queima por dentro - que se ergue e nos funde... as diferenças que nos separam se fazem os elementos que nos perfazem um ser Novo - duas formas de ver que dão um giro de 360º na forma de estar no mundo.

Dois espelhos - 180º+180º que - fundidos - se tornam esfera de sonhos e fundamento de vida...

Pedras basilares que se entrelaçam para que outros seres se ergam sobre nossos ombros...

Quando dançamos mulher bela... quando nos entrelaçamos: com deleite, sincera entrega... verdadeira espera... esse calor que de nós exala espera a consciência que desperta:

 porque se ama a orientação mais fina e pura para essa chama sagrada que o tempo apura... e essa força responde aos que se entregam... os que deixando atrás as amarras - os véus que separam - se aventuram dentro da sua terra encantada...

E das profundezas um fogo se ergue sem se ver... e o cálice sagrado do teu corpo mulher se preenchendo do líquido vermelho - magma em ebulição - anima e animo em conjuntio de devoção... vida que se alegra e recria...

Salto quântico para além da tristeza... despertar mágico para além das linhas impostas pelas horas repetidas na certeza.... são flores garridas plantadas pelo nosso querer entre as linhas frias dos passeios de avenidas calcadas diáriamente por pés inertes e andares ausentes...

O nosso beijar... a forma de ondular - duas ancas - taças sagradas - a transbordar ... vida: em cada gota vertida que cai no chão uma nova marca garrida a caminho do coração...

Flechas púrpura pintadas por amantes verdadeiros - entre as linhas dos que caminham cegos e os círculos daqueles que se consideram perfeitos...

É o caminho do amor, fio da Ariadne redentor: entre as esquinas vazias da vida repetida;

faixa oculta de um vinilo sem nome, tocado tantas vezes até exaurir... faces lisas... ninguém, nada, nenhures a onde ir;...

 de repente - se revela uma décima terceira música nas suas doze faixas... uma nova - oculta - por entre os estados emocionais de quem ouvia - e só - pretendia desvendar o segredo do amor com a força irrisória de seu saber e dor...

Pois a vida é para se desvendar a dois...

De repente as ruas se iluminam... passeamos invisíveis pois nossa luz cega.
Namoramos de mansinho - sorriso, toque, olhar... beijo de mimo e desejo de se entrelaçar...

Qual moral, qual juízo animal?
 - tão parecido aos que afundam no lodo do instinto é aquele que ergue o dedo esguio - por estar vazio de si e do outro - e dita sentença de morte aos vivos antes de que a vida lhe revele o seu próprio jardim zoológico de desespero...

E passeamos, e dançamos - risos inocentes que brotam de lábios luzidios... "mil fogos" como diria o poeta - que vão queimando as frias adagas da rotina, outrora cravadas por todo o corpo como forma de vida...

E a dor, a duvida e contenção são jogados no caixote do lixo da reciclagem de substâncias radioactivas... e passamos a exalar luz solar, passamos a expirar ar com aroma de eucalipto... mistura de carvalho antigo e abraço de oliveira velha... raízes profundas da mesma terra... entrelaçar do sublime e supremo canto com o poderoso ronco dos espaços velados baixo os pés dos amados...

E dançamos... uma pequena jinga - a tua anca na minha... vão encaixando dois seres... suas forças se exaurindo e regressando - como formas de luz palpitando - ao tom inaudível de um coração magistral...

Cores douradas, misturadas, com vermelho carnal e violeta ideal... dançam e se entrelaçam nas ruas outrora vazias... agora cheias de vidas que se esbatem em cores frias e tons pastel... formas de seres pares que se aproximam e nos embalam... pois sós não estamos - apenas conectamos nosssa dimensão com o ser mais alto - com vibrar prazer pelo simples facto de estar... e ser..

E agora minha amiga e companheira - aprendamos os gestos que ficam fora da dança eterna - os passos que - pisando a linha da vida - nos projectam fora da sintonia de estar em espiral enlevados - como rodopio sagrado - entre os mortais ancorados ... dançando entre os anjos velados...

E - sendo ponte viva entre os densos e os imortais - seremos fogos vivos - dançando e entrelaçando nossas forças vitais...

Verdadeiros magos... seres sábios ao invocar - o sentido de vida que se desdobra - enriquecendo o mundo "real" no que toda a gente adormece, entristece e esmorece...

Nós não!!!

Temos pacto de vida, acordo de entrega - temos uma espiral desconhecida - que até ao sétimo céu nos eleva... e ilumina;

Dançamos entre as cores vivas, entre as estruturas garridas de seres indiferentes... entrelaçamos nosso ser - nossa mente - com o seu festival imortal... e descendo suavemente a escada em espiral - vamos trazendo aromas de vida, tons de sintonia e música celestial - para todo o irmão sonhador - todo o ser com valor - que esteja prestes a despertar...

O Dragão se alegra com estes - corações abertos, peitos rasgados por uma causa e um ideal - sua força e sua vida os inspiram a subir e servir testemunho perante o eterno tribunal....

Os seres etéreos, os alados que flutuam e planejam entre silêncios velados - nos recebem acolhendo nossa dança e sentimento, deixando que partilhemos - por momentos - do banquete original..

Depois somos nós - tu e eu - os que devemos engendrar - com toda a arte e saber ancestral - formas, vias e caminhos - para regressar:

sabendo que o caminho é sempre diverso e nunca igual, a sintonia sempre efémera e imortal... como sopro de brisa ou chuva que se esvai...

Cabe-nos a nós manter o tom da verdade - a linha fina que se caminha para a eternidade.. e ir convidando os irmãos a dançar... a seguir... a acreditar;

Suas mãos entrelaçar - seu corpo iluminar - no sentido mais profundo e mais vivo que possamos encontrar - para voltar - evocar - e inspirar: nós mesmos a unir nosso canto num tom mais alto e à grande assembleia nos congregar...

Aqueles que nos rodeiam... sentindo e ansiando - o convite sagrado - possam deixar de lado o antigo passado e: despindo vestes velhas - encontrar as novas formas - sorrisos iluminados, andares concertados, fogos vitais... mais do que os trajes já usados - sejamos pontos sagrados para crescer e se orientar:

Há um caminho - há um mundo novo... ser homem, ser mulher:
 juntos, no amor que une e liberta - que encontra e suporta - encontrareis as pistas e as flechas púrpura que guiem vossos passos para o santuário já preparado.

Roma Cairá - nas suas ruínas apenas encontrareis pó, cinza e dor...

Entre vocês - no vosso mais puro e honesto caminhar - na vossa forma única de vos entrelaçar... nos passos que aprendestes a dar:

- a dois - com devoção, entrega e amor - ai tendes caminho para andar e horizonte para avançar...

A luz em cima do monte é a preparação do vosso regresso:

das tribulações apreendidas - à luz do amor esbatidas - por terem sido integradas no vosso ser sagrado;

das alegrias - chamas expansivas que marcam caminho para os que atrás caminham - procurando flechas púrpura entre o lusco fusco do seu despertar....

Por isso - ser irmão - vai... dá mais...

Tens uma missão e um sentido neste lugar...

Subir o monte e iluminar seu cume - "mil fogos no nosso olhar"... vida apaixonada que deve ali chegar...



Começa já - não te deixes esmorecer... não te deixes adormecer... o poder da tua atenção é a medida da capacidade de dar passos e caminhar.

Companheiros de vida, comprometidos na investida: subir o monte e no caminho iluminar...

Vamos! O tempo está ai a chegar!

Roma cai - venha Portugal

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Força das Marés

Quando o furor do vulcão desperta - lava correndo pelo peito... escorrendo pela pela hirta, em cada momento inflamado pelo queimar de vida que se não pode negar...

Pés na terra... raízes de lava quente que se enterram em sólo fértil...

Abraço intenso... no que dois corações se reencontram... e o centro interno deste planeta mistério palpita a três... sendo um no meio de tantas sintonias paralelas.... de tantas folhas dispersas que não encontram sua árvore mágica - sua pertença imemorial...

E rasgo a cal que me cobria o olhar para te ver pela primeira vez... já não mais o robot de uma sociedade que inventa faces ideais e que as reproduz baixo a batuta imparável de um marketing infernal....

Cai o gesso, dissolve-se a cal... o sepulcro frio abre seu conteúdo para o exterior - revelando a sua  verdade e o teu mundo interior...

Rio e sorrio para ti:

Para o teu ser recém nascido... depois de tantos marinheiros e portos de abrigo... começas a caminhar na luz... a tua vontade removeu as núvens... uma estrela brilhou para ti...

Foi primeiro um olhar - iluminado - que surgiu assim: sem mais - quando nos contemplávamos num momento no que - distraídas - as sombras que nos guardam deixaram entrever o nosso ser real...

A partir dai - lutei - juro que lutei; porque te entrevi - e queria ver mais...

Nos momentos de silêncio... no lusco fusco de quartos perdidos - travamos batalhas entre as sombras - onde clarões de luz e vitória se misturavam com abraços de morte absorvendo a esperança para recantos nos que a vida já não conta e nos que a memória se confunde entre tragédias e visões impossíveis de dias e momentos sem sentido maior do que a corrupta degeneração...

E veio o resgate - de um sorrir - puro, simples - singelo. Sem adorno da mente, sem modelagem do condicionamento... apareceu na intimidade de um abraço... nus... sem mais... sem querer estar atrás... das roupas e das máscaras... ou à frente - na voragem de mergulhar um no outro e nos diluir...

E esse sorri brilhou dourado... pálido e incipiente - sim - mas dourado...

Promessa do que está enterrado: baixo anos e anos de betão armado - construído por rotinas vazias, opções perdidas e pessoas que cruzaram as nossas vidas sem nos amar, ver ou considerar... assim de cego está o ser outrora humano;

As armaduras negras se derretiam... o furor do dragão as fundia... e a força do coração eterno e palpitante ia devolvendo pequenas instantâneas - imagens fugazes - do teu rosto antergo... do teu ser primievo - para lá da mente e das linhas do mundo...

Depois foi um beijo...

Tão simples, puro, singelo - que nem a mente teve tempo de o registar, catalogar, ordenar e enquadrar dentro dos vários catálogos paralelos que possui para controlar (e destruir) o mundo mágico e maravilhoso que nos é dado a viver em cada segundo de vida...

Foi sopro de sinceridade, luz de verdade... lábios que se tocaram e juntos tocaram minha pele - assim - sem mais.

Sem pedir... sem intenção de dar...apenas estando presentes... beijo de criança livre...

E soube que estávamos no caminho certo... tijolos amarelos a procura da cidade esmeralda... coragem que se descobre, amor que nos embala...

Depois foi uma gargalhada... risa clara - nascida do profundo da garganta e iluminando todo o teu rosto - costumeiramente submerso num rictus mistura de cansado e preocupado.

Ma, dessa vez - simplesmente - explodiu... riu..

Acabarámos de fazer amor e - apeteceu rir... de tão puro e igual que tinha fluído o magma do coração... que inundou a cérebro e as suas mil voltas até sair - sem ser em grande "Oh" - apenas em sorriso de crianças livres que se olham pela primeira vez depois de penetrar nos segredos profundos da alma acompanhante e - sorriem em liberdade - por ver o Elíseo em derredor e a luz de um novo sol reflectida no rosto do desconhecido com cara angelical que se encontra em frente...

Olhar e sorrir de reconhecimento...

Depois foi o olhar de Mulher - que me viu como homem.
Surgiu assim... numa conversa de café... naquele lugar de sonho entre granito e madeira... depois de passear pelas ruas que podem ser nossa casa derradeira e nos atrevemos a sonhar - com vida, projectos, sonhos... pais...

Forte como os pilares da terra, grave e presente: com um saber ancestral que me trespassava e no ser se depositava... desafio para me erguer e ser; como se a minha contraparte estivesse a despertar e - no seu abrir asas - me estivesse a convidar a voar... a imaginar... a ousar... a sonhar o real...

Passos... que passo a passo vão descolando os vidros de mentira que recobrem alma, corpo e mente... e que se revelam na face vazia outrora ocupada por expressões aprendidas entre um monte de gente...

Faces adocicadas, por emoções forjadas e situações inentadas fruto do guardião da mente... caramelo rebuçado deretido e semeado pelo furor do Dragão... pelo palpitar inflamado do eterno coração;



No amor caminhamos, em seu fogo nos purificamos, na sua chama queimamos todo o lixo que carregamos - para revelar a essência do que somos nos braços que nos fazem ser verdadeiramente presentes... e reais...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Brida

Tinha desistido da vida... fazia algum tempo: não acreditava em si mesma, no seu corpo, na sua beleza singular...

Rapariga e mulher vibrante, abafada numa sombra ofuscante que a estava a deturpar...

Procurara por termo à vida... assim a conheci por Braga... algures nas portas do S.Marcos...

Não compreendia: sigo sem compreender... só que agora sorrio para o seu ser de Mulher...

Que fora necessário para desfazer as fundações de vida que lhe davam lugar e que força anterga teria de ser reavida para que a sua alma começasse de novo a palpitar?...

Florestas mágicas, antigos rituais... portas antergas que abrem canais...  vida a nos inundar: subtis premissas que trazem novamente a ilusão do avançar e o espírito da vida correspondendo ao seu eterno lugar.

No trono daquele coração humano - feminino em natureza - palpitava um anseio sagrado... vestido de sarapilheira por vozes que o clamam de profano:

aquela menina mulher queria amar... para além do que lhe era dado a venerar, para além das rotinas e esquinas talhadas com ordens e esquadro... queria amar desde o "outro lado"... aquele mundo difuso no que a vida reina plena e a mente a ela se sujeita e nela se serena...

O foco - a vida: a dela, a verdade perdida.

O compromisso - não ir mais além do que os passos de ambos pudessem caminhar - estar sempre atentos às curvas do caminho e aos lanços ocultos que o eterno desconhecido nos poderia brindar... é assim caminhar nas Brumas;

A minha parte - servir de guia, amparo e companhia numa jornada que era o resgate de uma alma escondida entre os vales das Sombras Antigas e o reencontro com a magia desta minha vida feita passos reais...

Caminhamos - por florestas escuras, por lagoas profundas; entre luzes nocturnas e vivos rituais: iluminando o escuro da ignorância dessa vida que se inflama e desprende e em nós clama por mais...

Caminhamos no mundo da intuição - procurando, mão com mão, estar a par do ansiado palpitar de coração: livre, emancipado, vibrante... iluminado;

Meses a fio practicávamos.

Nas florestas que nos acolhiam, entre as brumas que eram nosso fado...

Dia a dia ela regressava.
Cada dia mais entusiasmada - com os exercícios que se iam fazendo, com a alegria de ir reconhecendo recantos de magia entre as esquinas esguias da vida outrora banal...

O Dragão preenchia sua alma vazia com o fogo da Sua Eterna Chama... e ela bebia - como criança recém nascida - o hidromel da intemporal...

Passo a passo cresceu.
O seu Dom apareceu.
Sua altivez como senhora de destinos se ergueu...

Um dia - como iguais - nos olhamos; como iguais nos respeitamos... como iguais seguimos caminhos separados: destinados a nos perder e reencontrar para outros corações iluminar...

A chama do Dragão não se extingue - é a vida que nos atinge desde o momento que a vida berramos, desde o momento no que a beijamos com fogo e voragem - essa alegria selvagem de estar conscientes daquilo que em nós palpita e da força consciente que a eleva e excita até patamares nunca outrora tocados...

O Furor do Dragão - quando suas asas se estendem... entre dois ou mais seres... que expandem sua vida e luz: transformando, queimando o ser frio e mesquinho que outrora se arrastava onde havia um rebento de esperança e de luz - uma vida de ser criança - destinada a cantar as eras, preencher quimeras e dar ao mundo novos mundos fruto do amor.

Magos dos tempos ou simples guerreiros intemporais; seres humanos que se não deixam confinar nos requadros gravados pela roma dos avós... pois antes haviaum mundo mais belo que ainda ecoa em muitos de nós...

Esse - como fogo que renasce - vem ao de cima e se faz arte, vida, movimento, voluptuosa sedução - num momento, num poema de sentimento, num toque... numa simples canção...

Basta vibrar - bardos das eras - basta vibrar... e as armaduras pétreas cairão... cairão ao chão... revelando os seres ocos e suas frias pedras... túmulos caidos de branco soltando prisioneiros encerrados no seu próprio e frio vagar... eterno caminhar para lugar algum do seu ser intemporal...

Como filhos da chama viva temos o dom de invocar a virtude criativa para fazer deste mundo o nosso verdadeiro lar: não outro imaginário, não outro prometido como cenoura ao asno para o forçar a caminhar... nenhum outro que não esteja ao alcance da tua força, da tua arte, do teu saber invocar - toda a vida e toda a parte que és tu sem te dissipar...

Agora - ser... alma irm@ - procura pois estamos a caminho já...

A porta do meio é tua ! Vai!


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Oceano a Rugir de Amor

Na paixão pela vida, no lutar pelo que se pretende... naquilo que se estende para além da paisagem contida - está a imagem do nosso presente;

Homem ou mulher - apaixona-te pelo mundo... aquele que está no teu ventre e que sai cá para fora sempre que lhe dás asas com teu ser profundo...

O resto serão os caminhos repetidos... já vividos... experiênciados...



Tu - não - tu serás nov@ - serás pioneir@ de um mundo novo há tanto ansiado...


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dúvidas

o factor curioso sobre o dito "patriarcado" que se supõee impor ditames para reduzir o feminino a um papel de dependência é tão bizarro e anedótico que até faz corar de rir: como pensar no "patriarcado" impondo esses ditames à grande maioria da natureza: na qual fêmea e macho assumem comportamentos estereotipados com vista a garantir a sobrevivência da espécie, os mecanismos de auto-regulação e afins;

é claro que este nosso "patriarcado" tomou isto em conta e - ou "evangelizou" a natura ou modernizou os estereótipos da bicharada - desde a amazónia passando por todo a costa de África, saltitando Madagáscar e caindo nas verdes terras da Índia - tudo ao contrário do que devia ser... valha-nos a cruz...!

Observando o processo económico (industrialização e as duas grandes guerras) que exigiram o rasgar dos vínculos da mãe nutridora/ cuidadora para a transformação na mulher activa em termos laborais e - consequentemente - competidora e bem sucedida em termos sociais,  - poderemos dizer que o machismo assumiu uma nova faceta e que - agora - tem mamas desenvolvidas e ancas largas...

Observando os dois elementos mais precários em termos de estrutura social: idosos e crianças - e vendo hoje a dificuldade que implica a sua estabilidade, coesão e integração numa sociedade mais harmoniosa - denunciamos este movimento subreptício: tem por detrás lobbies económicos fortíssimos e motivação geral para a segregação social por género.

Com o encerramento das responsabilidades dos estados face a crianças e idosos - cujo bem estar fica cada vez  mais nas mãos das corporações representadas por entidades bancárias, seguros privados de saúde e actividades de ocupação de tempos livres (centros de dia, atl, lares, universidade sénior)....

A pergunta permanece: melhoria ou aceleração não humanamente sustentável?