Música

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Onde estás?... Humana Mulher... Humanidade para acontecer... Onde estás Homem Real... ser Humano Ancestral?... Onde estás?...




Ver o mundo ruir… sem nada mais fazer do que deixar-se ir…

Ver o teu olhar partir.. o teu sorriso a deixar de florir…

Lábios tensos, secos… cinzentos… olhar de betão…

Abraços esgotados… em corredores apagados..

eternamente iluminados pela falsa luz de néon…


Onde estás que mais não vejo?...

onde essa juventude e o seu lampejo?...


Onde a gargalhada sentida, a mão estendida… 
onde estás tu… 
companheira de vida… 
amiga?...

Onde a sintonia… 
da vida… 
que se faz melodia… 
que é dança garrida.. 
a que convida 
e assim anima a seguir?…

Perseverar, lutar, enfileirar conquistas e triunfar…

Sobre os medos, 
o degredo, 
a aparência da inconsciência 
marcada na vã banal maneira de despertar…

Dia novo...algo velho...
repetição constante do mesmo errar...

Humanamente oco, frio, morto.. 
para quê uma vida sem ti dentro de mim a brilhar?...

Qual o caminho a seguir?..

Nesse mundo velho de pensamentos novos… 
se o tempo de estar junto do coração é pouco?..

Para que tanta confusão… 
tantas possibilidades e diversão?

Se é virtual o seu olhar, 
se é vazio o seu falar… 
se é vã a sua forma de se entregar?...

De que me serve ter um mundo inteiro pela frente 
sem ninguém como tu para o partilhar ?

Que triste ser Homem só… 
que vazia a vida para a Mulher sem dó.. 
que estranha essa Humanidade perdida: 

a que caminha sem a perspectiva 
do eco dos seus passos 
no brilho de outro olhar…

verdadeiro… 
sincero...
discreto… 
pleno… 
aconchego… 

abraço amigo de companheiro… 
companheira és vida em mim a palpitar…

De que me servem os carros a zunir… 
os computadores a nos servir… 
se não há tempo para andar… 
de vagar… 
e te sentir… 
e me sentir…

e despertar … 
assim… 
nos revelar?...

Para quê tanta cor… 
tanta aparência festiva… 
tanta cara de Xanax vestida… 
se não há verdade nessa ilusão colectiva… 

essa que esconde a idade 
negando o tempo de qualidade 
entre tanto momento ecoando 
sem tempo no tempo que se partilhou?...

Para quê – meu amor?

Porquê?...

Minha vida.. minha razão… para que esta confusão?...

Para quê tantos especialistas.. 
niilistas… 
seres da técnica chauvinista… 
para quê?...

Para quê um Deus tecnológico… 
um aceno e um adeus lógico… 
uma recta e um esquadro 
entre o marca passos diário 
de um ser humano robô?...



Para quê meu Amor?

Que culto de vulto nos obriga a vergar… 
a vender e a rasgar a veste que nos investe… 
a vida feita vida para em vida frutificar?...

Por quem meu Amor… para quem?...

Qual o "adeus" sinistro que nos obrigam assim a venerar?... 
sem honra, sem brio.. 
sem mérito vivo 
além do salário do mês 
que paga o que já não vês: 

a vida nossa assim a se esvair devagar…

Sucedâneos estranhos… 
de ecos bizarros…

dessa nossa forma de ser sentida… 
outrora viva e garrida… 
de festa investida e assim vivida…

Qual a besta sem rosto que devora a vida que outrora era luz, cor e harmonia?…

Qual a névoa cinzenta que recobre os tempos, os olhos e os pensamentos, 
para que se não veja com acerto o caminho negro que percorremos?...

 Adeus tecnológico à vida que queremos…

Assim disfarçada, 
de publicidade embrulhada, 
de caras lavadas enfeitada, 
de palavras doces recheada, 
entre rostos famosos dilacerada…
assim vendida e apregoada…

Igreja Mundial dos novos tempos… 
velhos enfadonhos…cinzentos 
ogres medonhos… 
exportando o seu negrume aos quatro ventos…

Onde a tua mão singela entre toda esta bruma que nos gela?...

Onde o teu toque suave…à luz da vela 
entre o ruído das sirenes, dos carros… 
dos escarros.. 
do betão e do alcatrão 
que fazem do ser humano prisão viva 
no coração que nele se encerra?...

Quando esse dia que se vivia.. 
que tinha tempo além das horas… 
entre um tempo que se não demora.. 
entre os relógios que ecoavam… 
sinos ao longe badalavam… 
vales inteiros cantando… 
montanhas… rios…clamor vivo se elevando…

e eu?… e tu?… nós…

E nós: 

quando?...


Quando o tempo para te ouvir noite e dia entre uma rotina vazia, uma vida fugidia… quando?...

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