Onde os passos pequenos…
dos pequenos…
e os seus grandes
segredos…
escondidos…
entrelaçados…
velados…
tão belos...
segredos sagrados
que só os mais novos podem revelar...
Esperando abraços…
mimos…
entrega sem pressa…
quimera da era
moderna…
onde correr é esquecer…
o essencial do detalhe…
o fundamental no
simples facto de ser…
e estar….
E com eles crescer..
aprender…
e acreditar…
Quem que os faça crescer…
sem medo…
olhando o mundo com sede…
e
assim aprender…
que a essência do bem querer…
é a verdade mais forte que ser
humano e consorte
podem plantar neste nosso mundo novo a renascer…
Entre a luz das estrelas que nos guiam…
e alumiam…
eis os reflexos…
sintonia…
luz na luz do nosso olhar
quando noutro olhar se acendia…
Onde estão?
Quando ressurgirão?...
Coisas concretas.. tão simples.. discretas… como partilhar…
Um sol pôr… uma praia…um luar…
nessa tal janela sem par…
testemunha eterna da entrega
de quem se dá devagar…
Onde o tempo no que nos contávamos segredos
e desvlos…
confiando
costas,
vida, morte
à amiga, irmã, companheira e mãe…
Onde o tempo no que se podia afirmar
a palavra, a
honra e acompostura
tinham espaço de alvura
num mundo que não teimava em
acelerar…
e os seus próprios filhos assim queimar…
onde?
…. ver a nossa mesma árvore de sempre crescer..
e sentir..
que vale a pena descobrir
– um mundo novo a florir -
desde dentro desse teu
peito..
que é eco perfeito
da vida dentro de nós a latir…
mão em mão…
coração a coração
– fonte da água
viva em nós a jorrar...
Quem,
que força nos fez assim separar?
Quem nos mentia..
dizendo que a vida passa: vazia…
que é sem
sentido e de sentido despida..?
como tu
– minha flor de beleza –
sempre que sentas à mesa…
e te vês reflectida no eco de outrora…
na voz de quem chora
essa outra voz que a compreendia…
Primor,
do que era feito com amor,
quando hoje se ergue
teu corpo da enxerga,
para olhar baço a janela
e caminhar inerte
por entre tanta gente
que esmorece…
…rotina do dia que faz vogar..
cada vez mais longe...
divagar...
barca dos sonhos…
da rota desse mundo risonho…
separar...
caminho…
sempre a caminho…
do ninho...
desse abraço sem par…
Quem o aconchego…
quem o porto de abrigo cego..
que veja além do degredo…
que nas faces risonhas estão a pintar?...
Quem que trespasse com seu olhar…
as vestes de sombra..
as aparências ediondas…
e descubra de novo a tua luz
no peito a palpitar?...
Quem
– de nós mesmos –
nos poderá salvar…
de tanto contrato oco e baço
– no que se vende em descalabro
a virtude perene…
pela fascínio caduco
de uns tempos a findar…
Quem para nos libertar?...
… que ser humano para nos lembrar…
esse algo que se fazia sem pensar...
algo no que se não compreendia…
como baixar a tom ao te olhar…
pelo simples facto de o notar...
sentir teu calor sem te tocar…
ouvir tua paz como voz em mim a ecoar…
simplesmente por estar presente…
e saber-te...
quem?...
Quem que retorne o sentir…
a verdade a ressurgir...
que em cada passo na vida estavas tu dentro de mim…
que aparecem os teus gestos e traços no meu próprio sorrir….
na minha maneira de falar…
na minha forma de agir...
que é impossível negar...
que começaste tu a germinar...
nestes meus campos de existir...
estranha flor de "azahar"
que começa agora a se manifestar
como um rebento de luz
que o mundo sedento
e este poema de alento
em si mesmo traduz...
Quem para ajudar a compreender
que esta vida tem mais de si para
ver,
oferecer
e revelar?...
Do que a quantidade de histórias inventadas
que são pagas
e se andam por ai a espalhar?
Que é por dentro
que começa o mistério a se desenrolar…
e que – tu…
e eu..
já estamos unidos desde o firmamento
e é nesta terra que o viemos comprovar…
rejuvenescendo velhos que começavam a cansar…
alegrando os enfermos que estavam a definhar…
substituíndo degradados
em novas vestes de luz empossados…
para que voltem de novo a se erguer e acreditar…
quem então para os fazer despertar?
Quem para lhes lembrar….
por dentro…
em eco de canto sereno…
da melodia que gera a vida
e que a faz ser pura corrente cristalina…
fluíndo serena de encontro ao seu amplo Mar…
Que é o céu onde se há de voltar…
preenchendo o eco vivo em tons musicais…
ecos viventes da redoma sedente
que nos foi dado a guardar…
este jardim florido, entre espelhos aquecido…
com coração pulsando mantendo seu sentido:
Berço da vida para a vida assim celebrar…
Quem para nos lembrar?
… devoção a uma razão maior
do que a simples razão pode delimitar...
Que é feito de nós desde esse dia?...
quem nos veja hoje será que nos reconhecia?..
Eu imperador do nada,
tu senhora da casa vazia…
Tu poderosa amazona de dias sem memória…
Eu aventureiro
de cruzeiro em cruzeiro
nunca arrivando à costa pretendida…
Coisas de marear,
do ir sem voltar…
do caminhar por caminhar…
senda que leva à dissolução
dos dias…
ao esquecimento
e a ser assim esquecida…
MENTIRA!
É o que nos estão a dar..
é o que nos está a devorar..
é aquilo que estamos a consumir sem sentir..
bem dentro
- de forma plena e sem margem a erro –
que queremos ai nos consumir…
É isto o que nos faz ir…
contra quem nos fazia sorrir
e era nossa razão de existir..
às latas de programação de vida..
que cedo os ensinam
a esquecer quem lhes deu nome...
sentido...
exsitência que cedo se esvazia...
são os trabalhos...
escravos funcionários...
que se apagam...
nas horas sem preço que os obrigam a dar
para se eclipsar...
e sairem cinzentos...
seres mortos e birrentos
que descarregam sua dor e sofrimento
em quem juraram proteger e amar...
uns e outros perto
da vida interira dissolver e terminar...
Agora á que demostrar
quem é o melhor senhor ou senhora…
há que demonstrar
quem tem cabedal para aguentar…
quem é melhor a mandar…
a prevalecer...
sobre outros ganhar poder
para se "safar"
selva onde se preda...
animais soltos a caçar...
e os passeios de mão dada?..
os abraços de porta aberta e cabeça levantada?…
ficaram atrás?…
em algum lugar…
que o tempo no sentimento evoca…
esperando nós seu regressar…
Temos pílulas de emoção…
estimulantes de ocasião…
sucedâneos engarrafados…
momentos programadaos:
para amar…
acariciar…
desconhecidos estranhos à mesa para jantar
os que despertam na pressa para ir trabalhar…
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