Se os teus pedidos e os meus anseios…
Se os teus motivos e os meus receios…
Se mais houvesse….
Se os teus motivos e os meus receios…
Se mais houvesse….
Quanto mais... se – à partida – soubéssemos ser um - para
lá do “rum-rum” deste nosso eco, do toque poético, do roce do ar por nós ao passar… se mais houvesse... campo, flor e mar…
Se as peles se tocassem e, ao de leve e se pudessem trespassar –
que outro sentido – que mundo novo e aberto… perdido – se simplesmente nos deixássemos
amar?....
No fundo – ir mais longe do que encontrar-se noutros olhos,
noutro vestir, noutro caminhar e – olhando no espelho da pele – aquele que não
mente e que connosco compreende – nos sentíssemos vivos e libertos – presos nesse outro
amplo olhar….?
Quem nos vê – a mim e a ti – caminhando com roupas
estranhas, vestindo modas bizarras, quando o que queremos é voar?
Onde está o sentido – de andar à roda -
quando sabemos por dentro – bem lá onde
a verdade mora – que aquilo que vemos por fora é só parte do nosso amplo
horizonte – nossa forma de nos elevar?
Sabemos que somos seres de luz despidos – ou crianças de
barro com vestidos garridos – caminhando estrada fora com um só cantar…
Elevemos nossas vozes – cantos ancestrais de ecos atrozes.. até
tocar padrões celestiais…
Os anjos nos contemplarão com regozijo – em nós verão o seu
fruto feito trigo – e trigo seremos nesta terra entre as estrelas e o mar…
Seremos fecundos – de vida, horizontes e mundos… porque em nós
temos sementes de amanhã
Iremos perdidos – vagando sem tino – encontrando aqueles que
nos são próprios – sorrindo para aqueles que ainda não…
Pois – no nosso abraço imenso – na nossa paixão pelos tempos
– podemos conter e aninhar muito mais…
Somos seres da vida, rodopio de ondas em praias perdidas,
brisas soprando palavras para libertar…
Horizontes garridos, seres de fronte luminosa e passado esquecido…
olhares que se projectam no amanhã…
Presentes da vida, nortes sem brida… temos o horizonte
gravado no coração da manhã…
Elevamos asas aos céus – sabemos que são meus… são teus… que
connosco conspiram os seres da aurora… todo dia, noite fora – querendo que
cheguemos com nossos passitos incipientes e os saudemos no nosso grande e
eterno lar….
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