Música

sexta-feira, 27 de abril de 2012



Se os teus pedidos e os meus anseios…
Se os teus motivos e os meus receios…
Se mais houvesse….

Quanto mais... se – à partida – soubéssemos ser um - para lá do “rum-rum” deste nosso eco, do toque poético, do roce do ar por nós ao passar… se mais houvesse... campo, flor e mar…

Se as peles se tocassem e, ao de leve e se pudessem trespassar – que outro sentido – que mundo novo e aberto… perdido – se simplesmente nos deixássemos amar?....



No fundo – ir mais longe do que encontrar-se noutros olhos, noutro vestir, noutro caminhar e – olhando no espelho da pele – aquele que não mente e que connosco compreende – nos sentíssemos vivos e libertos – presos nesse outro amplo olhar….?



Quem nos vê – a mim e a ti – caminhando com roupas estranhas, vestindo modas bizarras, quando o que queremos é voar?

Onde está o sentido – de andar à roda - quando sabemos por dentro – bem lá onde  a verdade mora – que aquilo que vemos por fora é só parte do nosso amplo horizonte – nossa forma de nos elevar?



Sabemos que somos seres de luz despidos – ou crianças de barro com vestidos garridos – caminhando estrada fora com um só cantar…



Elevemos nossas vozes – cantos ancestrais de ecos atrozes.. até tocar padrões celestiais…

Os anjos nos contemplarão com regozijo – em nós verão o seu fruto feito trigo – e trigo seremos nesta terra entre as estrelas e o mar…



Seremos fecundos – de vida, horizontes e mundos… porque em nós temos sementes de amanhã

Iremos perdidos – vagando sem tino – encontrando aqueles que nos são próprios – sorrindo para aqueles que ainda não…

Pois – no nosso abraço imenso – na nossa paixão pelos tempos – podemos conter e aninhar muito mais…

Somos seres da vida, rodopio de ondas em praias perdidas, brisas soprando palavras para libertar…



Horizontes garridos, seres de fronte luminosa e passado esquecido… olhares que se projectam no amanhã…

Presentes da vida, nortes sem brida… temos o horizonte gravado no coração da manhã…



Elevamos asas aos céus – sabemos que são meus… são teus… que connosco conspiram os seres da aurora… todo dia, noite fora – querendo que cheguemos com nossos passitos incipientes e os saudemos no nosso grande e eterno lar….

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