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Música
terça-feira, 25 de setembro de 2012
O Ter possuíndo o Ser... ou como a branca de neve se deixou levar
O estado de poder - a ilusão do ter reescrevendo o SER...
Como te deixaste pela Maçã enganar - Oh Eva - nossa vida, nossa Primavera, nossa Esperança?
Como foste confiar - Óh tu! Oh Adão - feito para assegurar, feito para preservar - para estar atento e o jardim guardar?...
Por onde entrou essa serpe - solitária e fria... de vida e amor vazia - que apenas trouxe discórdia e conflito ao vosso coração outrora manso e contrito...
Eva - minha Mãe - que Outono pesa sobre ti - Primavera de esperança... vida abundante que se dá e se entrega com infinita bonança? Que Outono?...
Que densa bruma, que densa folhagem recobre os caminhos do nosso eterno retorno... que espessa ramagem esconde o trilho da nossa viagem até o fazer miragem... ao longe... sonho ou pesadelo de uma Noite de Verão?
Porquê!?...
Porque provaste o sumo de perdição - envenenado pela antiga bruxa do Inverno... pela que estava só e o mundo perdeu?...
Não entendeste que - no fim - quem sofre és tu... sou eu?...
Não viste?!?!
que apenas parecia ser tua semelhante, que se queixava - já sem amante - de ter sido possuída ou violada por um falso Deus?... que era a Sua sombra... essa - a que te falava - e com subtil enlevo, com semelhante apelo - te convenceu a esticar a mão... e a dizer "Não!"... tal como Ela... outrora fizera... aquando do chamamento do Grande Amor?...
E agora amor... que nos resta?... solidão, guerra... pavor?
Os frutos das nossas árvores definham... secos, pequenos, engelhados... tristes e sem outro caminho que seguir o caminho dos algemados... rebentos vivos da vida que grita por se manifestar arrastando grilhões de ignorância acerca da sua própria origem e razão para aqui estar...
E tu - Oh Adão!
Desperta do teu sono - faz-te de novo Guardião!
Da tua Vida - tua Eva perdida...
Onde foram as Primaveras deste mundo que nos faziam sorrir? Onde as maçãs rosadas que nos faziam sentir - o belo e o Bom que este lugar é... o quanto vale a pena - cravar no chão a vontade terrena e dela deixar o nosso bastão florir...
Desperta - guardião das eras... antes que sejam essas... as que matam e drenam - a encontrar a Árvore da Vida...
Desperta! Ser de coragem... que a tua mensagem inflame de novo os céus... que o coração da terra te abale com o ânimo para aprenderes TU a dizer não - a esse ser infame que - com palavras meigas e gestos vãos - se vai insinuando e filtrando pelas portas e paredes da tua Vida... vosso Coração...
Despertem... Bardos das Idades... antes que as vaguedades façam deste jardim um ermo sem fim...
Desperta!...
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