Vida - tão breve merece que a celebres:
além da dúvida, do medo ou da pré-ocupação…
Respira o divino mistério da tua geração ...
aponta o teu foco criador para o mundo que há de vir
opta por aquele no que hás de sorrir
- aquele no que livres -
nos abraçamos como irmãos...
Vida que nos convida a dar as mãos...
Assim - vai... desse antro de engano - sai!
Olha o mundo em derredor...
sente a luz, sente a brisa... sente a chuva que cai...
nem minha, nem tua... nem de ninguém...
sê tu assim também...
Respira… tão simples!
Ah! Como é bom respirar!
Partilha o teu sopro,
suspira noutro rosto…
e a vida em ti se fará notar…
Respiramos todos – vida – somos a vida e somos o seu ar…
E somos o Sol… e o seu calor… e a sua luz ao nos tocar…
E somos as gentes – que se reflectem – como esferas de vidro plenas de amar…
Assim – encontra esse amigo… encontra essa amiga – tudo canta em teu redor…
É a rocha que sente o calor…
é ela quem to conta quando nela encontras a solidez interior…
É o rio que canta… e te encanta com especial louvor…
que adormece a tua mágoa e te lembra o teu ser Maior…
É a árvore – que é santa – por ser igual a si e a mais ninguém…
nos seus ramos encontras a calma que tu és – por isso a sentes também…
Eleva as tuas asas – paira na brisa… gaivota sobre o teu mar…
és a vaga que resvala mansinha na praia dos sonhos que tens a contar…
E cada passo da tua vida – é vida a celebrar…
no sono- ao fim do dia – regressas a “casa” para te reunificar…
e voltas após a Aurora anunciada – para nova verdade ao mundo anunciar…
Ouvirão os surdos, verão os cegos – caminharão os lisiados e os dormentes se erguerão…
pois esferas de luz plena – pairam já entre nós…
Os que geram escravos – ficarão de poder despojados –suas túnicas imperiais feitas farrapos dos novos tempos a começar…
as mentes videntes, que os fizeram sapientes
– serão pequenas nozes num mundo onde tudo o que é – é meu e é teu também…
Onde não há Ter maior do que o Ser
– quem teme a falta, quem rasteja pela ínfima migalha, quem se vende por um mísero tostão?
Pedra fria, metal que cintila
– pedaço da matéria que a tua mente modelou…
como se verga o senhor ao escravo, como se vende a casa que o teu espírito habitou?
Como queres tu conter o sopro da vida que te animou?
Como concebe a mente prender de repente a essência que a gerou?...
És vida, sou vida… que mais pode haver que nos possa definir?
Que contexto – que linha – te pode circunscrever ou reduzir?...
Quebra o preceito, desfaz o conceito – abraça o Eterno que é o teu firmamento – no íntimo do Ser para sempre a luzir…
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