Sinais de vida…
Entre as poesias incontidas, entre as palavras assim vividas
Entre as notas que convidam
a ser vida, na própria vida…
Entre as folhas – imensas… que desfraldam ao vento que as
alimenta…
Como bandeiras… garridas… ao sol novo de um novo dia estendidas…
Entre os dias que passam, se erguem vozes de mudança
Na forma de ver
E viver
Todos os dias
Um dia
Que é mais-valia
Presente que mais não se perde…
Por ser maior do que o ter…
Por antever
a visão de um tempo
a transparecer…
No que a fusão,
a reintegração
O regresso à casa
De que todos são…
Parte…. Integrante
Vida em manifestação…
Leve a que os vários representantes…
Abram mão do poder
que lhes é dado
para dele fazerem parte
Desse algo
Chamado
Renovação…
Que vem desde dentro
Como sublime alimento
Indefinido sustento…
Que late em ti e em mim
– assim
Princípio de graça e gentileza
Que anuncia a nobreza
Da essência
Que late por dentro quando tu a encontras..
E – manifesto – a pões em movimento…
Seja na tua forma única da dançar o vento, seja na forma imensa
de dar asas ao pensamento… e materializar sonhos
Com o sentir de um momento….
Transformado em algo concreto…
Como uma orla de uma floresta iluminada
Pela luz de uma Lua Consagrada
São poemas silentes dos que fazes parte… sejas de um ou
outro lado
Esse algo te chama e te diz que tu és – mais além do que à
parte…
Uma força da vida em si mesma transformada em chama acendida
Prateada melodia… que rodopia…
Em teu redor
Que anima
O teu ser maior…
Que se entrelaça
Com as ondas da vida do mar que passa…
Que abraça…
o céu o sol
a terra e o mar
e tudo aquilo que – mais há ainda
a vivenciar e
partilhar…
Essa bruma subtil...
que nos envolve
e permeia –
a ti e a mim…
Formas diferentes de espiralar
Além
Mais além
Do que se possa contar…
conter…
ou controlar…
São os harmónicos sublimes
Dessa voz de fundo que através de todos se exprime…
Humildes… simples… olhares
estrelados se olhares bem
Além do que te é dito ou falado…
Como montes iluminados…
de estrelas de faíscas belas…
quando a luz do dia se reflecte nelas
e – com eco que tudo
em si repete –
Rochas negras feitas brancas esteias
Da luz que se mostra
E se ergue numa outra força…
Algo que já se vê bem
Seja aqui seja além…
E essa terra redonda
que se contempla…
desde a alta roda
de um sagrado lugar…
alto.. tão alto
que voz nenhuma,
que mente alguma
pode ainda alcançar…
ou nomear…
E vês o azul subir…
e vês esse branco
– neblina –
A vida
pairar subtil…
Opalescente…
latente…
abraçando o horizonte inteiro
bem pro dentro
à tua frente
e contigo
em abraço amigo
assim outra gente
assim toda a gente
que ainda dormente
se alimente
nesse seu suspiro incontido
respirado
por todos
assim vivido…
E te unes…
assim
A essa força
Essa vida
Que é em mim
Que é em ti
Que és tu
O teu ser a nu
…que somos...
E respiramos
Além das peles vivas
E dos olhares iluminados
Além dos momentos pautados
e dos espaços
definidos,
circunscritos ou limitados...
Ecoamos em todos os lados
Latentes
Somos presentes
Da vida
Em si mesma contida
E serás parte
Da água que se entrelaça
E com ela
Que passa
Água serás…
E retornarás
À tua eterna graça…
E serás solidez que te ampara…
Nessa rocha imensa
Alta
Consagrada
Para brilhar
Raios de sol ou luar
Rochas que as vagas
Do mar
Recebem
Acolhem e nelas fazem brilhar é cantar….
E encantar…
E serás a vida – da árvore em ti investida… da sua própria
vida a se entregar
Em novos ramos de promessas floridas… nos seus entramados
pequenos como os nós que a tua própria vida tem ainda para desenovelar…
E sentiras… o fluir do rio que te acalma… por dentro… fluindo
devagar…
E saberás…. Sem saber... que cada ramos que se move anima o
teu ser…
E saberás… sem querer – que cada onda que se espelha na água
que a ti se assemelha…
És tu que a demonstras sem ainda o ser…
E que o mar… avida… e a sua sintonia…
A harmonia que em ti se anuncia… são gotas, são notas.. são
pequenas linhas numa partitura que não dura… invisível, suave e subtil
Tão intensa como a força que nos anima a t e a mim…
Que se esvai no tempo…
Que esvai o seu próprio fundamento…
Para te transformar
Para ser
E voar
Nas asas do pensamento
Mais al
Em do firmamento…
Para que possas ser tu também essa luz a brilhar… e
compreender
A placidez da força do luar
A brilhar
Em ti
Numa onda que te sorri
Na amplitude de um mar
Que de azul
Añil, eléctico… sentir…
Se faz uma cor a mais..
Por que tu
Estás ali
Para a fazer vibrar…
E que a floresta antiga
Sustida
Silente
Ausente
Na noute envolvente
Presente…
És tu que anuncias certamente
O segredo do teu coração sem voz
O mesmo que palpita em nós…
Nesse quase púrpura a se revelar
Nesse silencio que paira no ar
Quando estendes
O teu braço
E o teu a braço
Para onde quer que o ser possa alcançar
E estendes essa cônscia
De ser
E estar
Exactamente
No preciso momento
E preciso lugar
Sem mais nada ter
Querer
Ou desejar
É o ser
Que te está a chamar
Essa gota
De vbruma
Que paira
Além da espuma
Desse grande
E eterno mar
Do que tu fazes parte
E do qual viestes
Para recordar
E lembrar
Aos dormentes
Que é a sua hora
De despertar
E ser
E sonhar
Os sonhos neles atentes
Também
Como sementes
À espera
De assim despertar…
Mundo novo
A surgir
Devagar
Em quada quem que assim ouvir
Em cada qual que assim acreditar
Em todos os que se puderem reunir
Em redor de um fogo branco
Vivo
Cálido
Que vem para nos iluminar
Que nos expande por dentro
Nos dá eterno fundamento
E à vida
Em si mesma
Nos ajuda a regressar
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