Música

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A QUE ESPERAS para levantar a música que no peito levas?



Tu que eras homem és agora algo entre o céu e os pardais…
Tu que era mulher,escondeste a tua verdade florida e deixaste de o ser…

Operários fabris…. Febris… autoamatizados de forma subtil… que deixam tudo de lado para produzir….para render… tomou conta da vida a sociedade do poder… e tu vês sem perspectiva de como mudar as coisas… de como voltar a viver…


Haverá algo mais?... não ?




Então porque essa tua aspiração?
então qual a força que te move?
então porque sonhas… de onde os encontros.. a coincidências estranhas que te falam?
De onde essa fé que persevera – nessa estranha e esguia quimera – de encontrar em ti felicidade?...

De onde vem o que nada tem?

Quem manda no vento… quem contém a chuva e o tempo?... quem?

Quem faz a luz brilhar?... e quem consegue o canto dos cristais de rocha calar?...
Qual a vã gloria de mandar – cega e ordeira forma de te apagar?...

Quem comanda a vida que o fez gerar?...

Ouves tu mulher que o és… ouves tu homem que o crês…



Coragem – sonha – para o senho acontecer… juntos mais fortes – separados todos a caminho da morte… orgulhosamente lívidos… da nossa humanidade despidos…



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ilhas no grande AMAR... gotas perdidas à espera de despertar

  





 isolados 
- pequenas ilhas... 
todos lixados...


Dos milhentos textos recriados... nesta mente feitos ecos pelo vento levados - gera-se sintonia zero... talvez porque não venda, não cole, não se entenda.. 

...a pessoa está tão inerte que passam motoristas em corridas de motas entre as crianças filhas de quem vê... e quem lá está presente apenas nota "vem os das motas!"... entre a ironia e a admiração... e as crianças soltas - da mão de quem zela... e já nem liga... caminham  meninas no mesmo asfalto onde ninguém telefona à polícia para avisar... tantos carros a passar... muitos olhares a ver... 

entendes o que te quero dizer?... 

que ninguém está a ver o que está a olhar...

 Morre-se assim por dentro... devagar... ainda que se mantenha - aparente -  o caminhar...

Morre-se quando pensamos que já nada fazemos, que não marcamos a diferença, que não contamos...


que estamos esgotados entre quinhentas obrigações que são peso pesado e não são reais.. 

o mundo - ao lado - vai circulando... 

e nós já lá não estamos para o notar...



Há que
RENASCER.. 

ressurgir... 
reviver

Sem o amor de quem acredita em nós:

quem nos compreende ou simplesmente apoia e não fica indiferente 

- estar vivo é quase como não viver...



Ouve-se assim a voz que crê... 
que ama..
confia... 
que te lê... 
quem verdadeiramente recria 
aquilo que a tua mente vê:

 Relativamente ao que dizes - há um exemplo que te vou contar:

O meu Sifu tem de limpar - de forma mais ou menos constante - a urina de um "dos que anda perdido" e que não cede espaço à vida para a vida o preencher - urina na esquina das escadas da nossa sala de privilégio... o nosso espaço de mérito através do esforço e da vontade...

No outro dia estava a limpar... a lavar mais uma das "prendas" que esse ser humano perdido se lembrou de lhe deixar...

Lembro que - fomos buscar algo de água - alguém deu ideia de como se enchia melhor o balde (desatarraxando o chuveiro e fazendo a água jorrar directa)... alguém deu a sua força para a transportar...

O meu sifu - que é sifu /mestre - queria fazer a coisa só... alguns de nós ofereceram-se a ajudar...

A questão veio no fim, no que alguém se lembrou de repetir o que ia dentro da alma a ecoar:

Aquele que urina tem uma só bexiga... nós temos duas mãos para limpar... e ajudar... se mais duas mãos se juntam - não há bexiga que aguente tanta mão a lavar... se as mãos forem muitas então a sujidade nem tem tempo de pousar...

E assim ficamos... sentindo que quando nós - seres humanos - queremos... e ouvimos esse "vento" que nos sopra por dentro... algo novo e belo pode vir a acontecer... crer é poder... (e deste vez sem erros de escrita)... sempre que seguimos os passos dessa música interior - esta nos faz ser...




RENASCER...

Falta é a sintonia "mano" - se nos dispersamos - ficamos isolados - e caímos... e assim perdemos a "fé"... 


nesse algo que nos anima - que vai mais além do que  mente domina e que liberta:

 se o medo, a cegueira e a pasmaceira deixarem caminho aberto ao bem querer...

Está na tua mão - na minha - e na de quem queira assim ver suceder...

Entre os ruídos do mundo há um som de fundo - que orienta as águas, os ventos e nos eleva além do firmamento: a esse lugar onde tu e eu sabemos pertencer...

Quem sabe existam tantos mais... tantas gotas da água que nos faz ser.. que assim vejam.... e - sem pensar - estejam assim... já... a despertar?...


Um abraço em tom de poesia - falando de algo que se partilha...

Saudade... 




Saudade de ver a nossa pureza renascer... 
e a vida assim nos convida 
- além da mente que a domina - 
em verdade - a florescer...

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Ecos de passos no túnel do amanhã


Onde os passos pequenos… 
dos pequenos… 
e os seus grandes segredos… 
escondidos… 
entrelaçados… 
velados…
tão belos...
segredos sagrados 
que só os mais novos podem revelar...

Esperando abraços… 
mimos… 
entrega sem pressa… 
quimera da era moderna… 
onde correr é esquecer… 
o essencial do detalhe… 
o fundamental no simples facto de ser… 
e estar…. 

E com eles crescer.. 
aprender… 
e acreditar…

Quem que os faça crescer… 
sem medo… 
olhando o mundo com sede…
e assim aprender… 
que a essência do bem querer… 
é a verdade mais forte que ser humano e consorte 
podem plantar neste nosso mundo novo a renascer…

Entre a luz das estrelas que nos guiam… 
e alumiam… 
eis os reflexos… 
sintonia… 
luz na luz do nosso olhar 
quando noutro olhar se acendia…

Onde estão?

Quando ressurgirão?...

Coisas concretas.. tão simples.. discretas… como partilhar…

Um sol pôr… uma praia…um luar… 
nessa tal janela sem par… 
testemunha eterna da entrega 
de quem se dá devagar…

Onde o tempo no que nos contávamos segredos
 e desvlos…
confiando costas, 
vida, morte 
à amiga, irmã, companheira e mãe…

Onde o tempo no que se podia afirmar 
a palavra, a honra e acompostura 
tinham espaço de alvura 
num mundo que não teimava em acelerar… 
e os seus próprios filhos assim queimar… 

onde?

…. ver a nossa mesma árvore de sempre crescer.. 
e sentir.. 
que vale a pena descobrir 
– um mundo novo a florir - 
desde dentro desse teu peito.. 
que é eco perfeito 
da vida dentro de nós a latir…  

mão em mão… 
coração a coração 
– fonte da água viva em nós a jorrar...

Quem, 
que força nos fez assim separar?

Quem nos mentia.. 
dizendo que a vida passa: vazia… 
que é sem sentido e de sentido despida..?



como tu 
– minha flor de beleza – 
sempre que sentas à mesa… 
e te vês reflectida no eco de outrora… 
na voz de quem chora 
essa outra voz que a compreendia…

Primor, 
do que era feito com amor, 

quando hoje se ergue 
teu corpo da enxerga, 
para olhar baço a janela 
e caminhar inerte 
por entre tanta gente 
que esmorece…



…rotina do dia que faz vogar.. 
cada vez mais longe... 
divagar...

barca dos sonhos… 
da rota desse mundo risonho… 
separar...

caminho… 
sempre a caminho…
do ninho...
 desse abraço sem par…




Quem o aconchego… 
quem o porto de abrigo cego.. 
que veja além do degredo… 
que nas faces risonhas estão a pintar?...

Quem que trespasse com seu olhar… 
as vestes de sombra.. 
as aparências ediondas… 
e descubra de novo a tua luz 
no peito a palpitar?...

Quem 
– de nós mesmos – 
nos poderá salvar… 

de tanto contrato oco e baço 
– no que se vende em descalabro 
a virtude perene… 
pela fascínio caduco 
de uns tempos a findar…

Quem para nos libertar?...

… que ser humano para nos lembrar… 
esse algo que se fazia sem pensar...
algo no que se não compreendia… 

como baixar a tom ao te olhar… 
pelo simples facto de o notar...
 sentir teu calor sem te tocar… 
ouvir tua paz como voz em mim a ecoar…
simplesmente por estar presente… 
e saber-te...
quem?...

Quem que retorne o sentir… 
a verdade a ressurgir...
que em cada passo na vida estavas tu dentro de mim… 
que aparecem os teus gestos e traços no meu próprio sorrir…. 
na minha maneira de falar…
na minha forma de agir...

que é impossível negar... 
que começaste tu a germinar... 
nestes meus campos de existir...

estranha flor de "azahar" 
que começa agora a se manifestar
como um rebento de luz
que o mundo sedento
e este poema de alento
em si mesmo traduz...



Quem para ajudar a compreender 
que esta vida tem mais de si para 
ver, 
oferecer 
e revelar?...

Do que a quantidade de histórias inventadas
que são pagas
e se andam por ai a espalhar?

Que é por dentro 
que começa o mistério a se desenrolar… 
e que – tu… 
e eu.. 
já estamos unidos desde o firmamento 
e é nesta terra que o viemos comprovar…

rejuvenescendo velhos que começavam a cansar… 
alegrando os enfermos que estavam a definhar… 
substituíndo degradados 
em novas vestes de luz empossados… 

para que voltem de novo a se erguer e acreditar… 

quem então para os fazer despertar?

Quem para lhes lembrar….
por dentro… 
em eco de canto sereno… 
da melodia que gera a vida 
e que a faz ser pura corrente cristalina… 
fluíndo serena de encontro ao seu amplo Mar…

Que é o céu onde se há de voltar… 
preenchendo o eco vivo em tons musicais… 
ecos viventes da redoma sedente 
que nos foi dado a guardar… 

este jardim florido, entre espelhos aquecido… 
com coração pulsando mantendo seu sentido:

Berço da vida para a vida assim celebrar…

Quem para nos lembrar?

… devoção a uma razão maior 
do que a simples razão pode delimitar...

Que é feito de nós desde esse dia?...

quem nos veja hoje será que nos reconhecia?..

Eu imperador do nada, 
tu senhora da casa vazia…
Tu poderosa amazona de dias sem memória…
Eu aventureiro 
de cruzeiro em cruzeiro 
nunca arrivando à costa pretendida…

Coisas de marear, 
do ir sem voltar… 
do caminhar por caminhar…
senda que leva à dissolução 
dos dias…
ao esquecimento 
e a ser assim esquecida…


MENTIRA!

É o que nos estão a dar.. 
é o que nos está a devorar.. 
é aquilo que estamos a consumir sem sentir.. 
bem dentro
- de forma plena e sem margem a erro – 
que queremos ai nos consumir…

É isto o que nos faz ir… 
contra quem nos fazia sorrir 
e era nossa razão de existir..

é o que nos convida a desistir
dos sonhos de quem se ama
a deixar os velho sozinhos nas camas
das casas de contenção assim criadas
para eles de de lá mais não sair...

à nossa vida 
- sua mesma vida - 
voltar e reconstruir

é o que obriga... 
a vender o rapaz ou a rapariga
às latas de programação de vida.. 
que cedo os ensinam
a esquecer quem lhes deu nome... 
sentido... 
exsitência que cedo se esvazia...



são os trabalhos... 
escravos funcionários... 
que se apagam... 
nas horas sem preço que os obrigam a dar
para se eclipsar...
e sairem cinzentos... 
seres mortos e birrentos
que descarregam sua dor e sofrimento
em quem juraram proteger e amar...

uns e outros perto
da vida interira dissolver e terminar...

Agora á que demostrar 
quem é o melhor senhor ou senhora… 

há que demonstrar 
quem tem cabedal para aguentar… 
quem é melhor a mandar…
a prevalecer...
sobre outros ganhar poder
para se "safar"

selva onde se preda... 
animais soltos a caçar...

e os passeios de mão dada?.. 
os abraços de porta aberta e cabeça levantada?… 

ficaram atrás?… 

em algum lugar… 
que o tempo no sentimento evoca… 
esperando nós seu regressar…

Temos pílulas de emoção… 
estimulantes de ocasião… 
sucedâneos engarrafados… 
momentos programadaos:

para amar… 
acariciar…

desconhecidos estranhos à mesa para jantar
os que despertam na pressa para ir trabalhar…











quarta-feira, 31 de julho de 2013

Onde estás?... Humana Mulher... Humanidade para acontecer... Onde estás Homem Real... ser Humano Ancestral?... Onde estás?...




Ver o mundo ruir… sem nada mais fazer do que deixar-se ir…

Ver o teu olhar partir.. o teu sorriso a deixar de florir…

Lábios tensos, secos… cinzentos… olhar de betão…

Abraços esgotados… em corredores apagados..

eternamente iluminados pela falsa luz de néon…


Onde estás que mais não vejo?...

onde essa juventude e o seu lampejo?...


Onde a gargalhada sentida, a mão estendida… 
onde estás tu… 
companheira de vida… 
amiga?...

Onde a sintonia… 
da vida… 
que se faz melodia… 
que é dança garrida.. 
a que convida 
e assim anima a seguir?…

Perseverar, lutar, enfileirar conquistas e triunfar…

Sobre os medos, 
o degredo, 
a aparência da inconsciência 
marcada na vã banal maneira de despertar…

Dia novo...algo velho...
repetição constante do mesmo errar...

Humanamente oco, frio, morto.. 
para quê uma vida sem ti dentro de mim a brilhar?...

Qual o caminho a seguir?..

Nesse mundo velho de pensamentos novos… 
se o tempo de estar junto do coração é pouco?..

Para que tanta confusão… 
tantas possibilidades e diversão?

Se é virtual o seu olhar, 
se é vazio o seu falar… 
se é vã a sua forma de se entregar?...

De que me serve ter um mundo inteiro pela frente 
sem ninguém como tu para o partilhar ?

Que triste ser Homem só… 
que vazia a vida para a Mulher sem dó.. 
que estranha essa Humanidade perdida: 

a que caminha sem a perspectiva 
do eco dos seus passos 
no brilho de outro olhar…

verdadeiro… 
sincero...
discreto… 
pleno… 
aconchego… 

abraço amigo de companheiro… 
companheira és vida em mim a palpitar…

De que me servem os carros a zunir… 
os computadores a nos servir… 
se não há tempo para andar… 
de vagar… 
e te sentir… 
e me sentir…

e despertar … 
assim… 
nos revelar?...

Para quê tanta cor… 
tanta aparência festiva… 
tanta cara de Xanax vestida… 
se não há verdade nessa ilusão colectiva… 

essa que esconde a idade 
negando o tempo de qualidade 
entre tanto momento ecoando 
sem tempo no tempo que se partilhou?...

Para quê – meu amor?

Porquê?...

Minha vida.. minha razão… para que esta confusão?...

Para quê tantos especialistas.. 
niilistas… 
seres da técnica chauvinista… 
para quê?...

Para quê um Deus tecnológico… 
um aceno e um adeus lógico… 
uma recta e um esquadro 
entre o marca passos diário 
de um ser humano robô?...



Para quê meu Amor?

Que culto de vulto nos obriga a vergar… 
a vender e a rasgar a veste que nos investe… 
a vida feita vida para em vida frutificar?...

Por quem meu Amor… para quem?...

Qual o "adeus" sinistro que nos obrigam assim a venerar?... 
sem honra, sem brio.. 
sem mérito vivo 
além do salário do mês 
que paga o que já não vês: 

a vida nossa assim a se esvair devagar…

Sucedâneos estranhos… 
de ecos bizarros…

dessa nossa forma de ser sentida… 
outrora viva e garrida… 
de festa investida e assim vivida…

Qual a besta sem rosto que devora a vida que outrora era luz, cor e harmonia?…

Qual a névoa cinzenta que recobre os tempos, os olhos e os pensamentos, 
para que se não veja com acerto o caminho negro que percorremos?...

 Adeus tecnológico à vida que queremos…

Assim disfarçada, 
de publicidade embrulhada, 
de caras lavadas enfeitada, 
de palavras doces recheada, 
entre rostos famosos dilacerada…
assim vendida e apregoada…

Igreja Mundial dos novos tempos… 
velhos enfadonhos…cinzentos 
ogres medonhos… 
exportando o seu negrume aos quatro ventos…

Onde a tua mão singela entre toda esta bruma que nos gela?...

Onde o teu toque suave…à luz da vela 
entre o ruído das sirenes, dos carros… 
dos escarros.. 
do betão e do alcatrão 
que fazem do ser humano prisão viva 
no coração que nele se encerra?...

Quando esse dia que se vivia.. 
que tinha tempo além das horas… 
entre um tempo que se não demora.. 
entre os relógios que ecoavam… 
sinos ao longe badalavam… 
vales inteiros cantando… 
montanhas… rios…clamor vivo se elevando…

e eu?… e tu?… nós…

E nós: 

quando?...


Quando o tempo para te ouvir noite e dia entre uma rotina vazia, uma vida fugidia… quando?...

quinta-feira, 27 de junho de 2013

BANDEIRA

“Suponde todos os contentamentos, todas as consolações que as imagens celestiais e a crença viva podem gerar, e achareis que estas não suprem o triste vácuo da soledade do coração. Dai às paixões todo o ardor que puderdes, aos prazeres mil vezes mais intensidade, aos sentidos a máxima energia e convertei o mundo em paraíso, mas tirai dele a mulher, e o mundo será um ermo melancólico, os deleites serão apenas o prelúdio do tédio. Muitas vezes, na verdade, ela desce, arrastada por nós, ao charco imundo da extrema depravação moral; muitíssimas mais, porém, nos salva de nós mesmos e, pelo afecto e entusiasmo, nos impele a quanto há de bom e generoso. Quem, ao menos uma vez, não creu na existência dos anjos revelada nos profundos vestígios dessa existência impressos num coração de mulher? E porque não seria ela, na escala da criação um anel da cadeia dos entes, presa, de um lado, à humanidade pela fraqueza e pela morte e, por outro, aos espíritos puros pelo amor e pelo mistério? Porque não seria a mulher o intermédio entre o céu e a terra?”

Alexandre Herculano in Eurico o Presbítero – Introdução













Haja quem cante o poeta e o romance… haja quem diga – de vida a viva voz… haja quem pense que o amor se fadiga e que se encontra este fora de perspectiva e não – obviamente – no meio… entre nós…

Assim sendo - seria louco instrumento… o pensar seriamente – numa humanidade vazia – demente – apenas com coração que fale das coisas correntes – como as ciências e as certezas de toda a gente… e não se encontre esse tal vazio... preenchido... de sonhos garridos, de mágicos destinos e das múltiplas divagações – que são – na sua origem – verdadeiras verdades ignotas – simples notas – da desconhecida cartografia... melodia universal... marcas... tons... sinais… orientações… para os puros e verdadeiros corações… também para outros que ainda não… e que assim – quem sabe – um dia – serão…



Ou seja – quem ama – almeja… perspectivas novas – que fazem deste nosso mundo – velho espelho – algo que merece a pena viver - e assim rever: 

no sentir… no agir... ao se imbuir de verdades vivas que assim o fazem valer... sonhos prenhes... canções solenes... vidas a apreender e de VIDA preencher – tudo o que nos é dado a ouvir – desde dentro sentir… e assim fazer valer… são passos dessa vida: 

essa que nesses ecos se faz garrida... em nós... contida… por nós assim reconhecida – por quem a sonha, por quem a faz assim REVIVER… ecos do oculto – nos sonhos mais profundos – faces que se mostram… espelhos… transparentes… novos… ou velhos… em gotas… caindo… fluindo… sorrindo, chorando… tantas vezes carpindo e depois cantando… arcos de iris… para além o céu rumando… para esse eterno abrigo cantando – ESSE sempre escondido – em ti e em mim se mostrando: AMIGO – sempre… se assim se quiser… sempre… que por ti… eu me der… sejas homem… ou assim te penses... sejas mulher…quando assim o sentes... indo assim – além de ti... e de mim mim -  mais longe do que o “eu”… encontrando qual a “Voz”… fonte ecoando em todos nós… simplesmente por assim ser… assim fazer… ver… e crer…





Chamamos a isto – O PODER – da VIDA que tem de ser... a que nos transforma... e nos renova... baixo a simples e viva prova... de estar aqui .. tu e eu.. sendo aquilo que mais do que o medo pode conter.. sendo amigos daquele que é vivo quando passa além do motivo que o levava a se esconder...

Perspectiva de se ver... desde o sopé se reerguer… cume: 

desse monte... farol vivente que se prende em cada momento que ousaste elevar teu canto entre o tumulto bizarro do dia que se fazia Inverno frio e deste abrigo à semente que te viunascer.. Primavera que se espera entra cada segundo... virando o mundo do avesso transformando-o em novo começo.. para todo o que assim quiser VER... esse facho... gentes vivas em vivos cachos... fonte da vida que se desprende... na luz do ribeiro corrente.. jorrando da eterna fonte ao subirmos esse estranho monte... dormentes no dia... despertos na noite...



e depois mergulhar – entre o ruído da torrente - a que se desfaz em rio potente  -  arrastando a traves que cegam os olhares e levando consigo o estrume eo lixo vazio... deles fazendo adubo que serve de novo substrat... ao antigo pacto... transformando as areias deste deserto: cheias...

Quem... qual o desconhecido... o das cores meias… em cristais biselados... pela luz atravessados… feitos tons e sintonias mil… essa é a Uma e mesma Luz.. essa a Água que nos conduz.. a que se desfaz... audaz... diferente... em cada ser latente... pungente em ti e em mim… 

E – mesmo assim – agua pura que jorra para além da alvura… transparência dando origem a tudo o que a nossa digna ciência... ainda nem sabe, nem ouve... nem pode ver... todo o potencial daquilo que está para ser... eis a matriz... a que se faz em cada passo... ecoando no Grande Abraço... esse que nos envolve... que ecoa e lateja na fronte... que brilha como labareda na noite escura... e desfaz o que nela se esconde... fortaleza no cimo do monte... a que guia entre a sombra... para o lugar onde tudo volta... caminho a encontrar...



É esse, esse algo conciso... artista se mostrando na forma... na obra... no brio... nos ecos da memória... destino... transparentes e diferentes … 

Está em ti – homem que crês… está em tí mulher que assim o vês… está em vós: nessa abraço que parecia atroz... e no germinar da rosa oculta no coração que triunfa... e assim se transforma...

Plena alvura... estrela que a noite escura mais não pode conter... a que se faz em ti e em mim... neste nosso antigo querer... renasce assim como novo ser... 

Eis aquela que se estende desde a nossa fonte... eis o rio corrente... quem inundando e alagando vales... faz dos campos eidos verdejantes... novas colheitas de vida... que pensam... que sentem... projectando e esperando a próxima partida... 

Assim se elevando... árvores de frutos vivos se erguendo... ramos aos céus floridos frutificando... é assim  em ti e em mim... e em todos os que se fazem novos ramos... olhamos os céus sendo nós suas  novas flores... diamantes vivos desabrochando.. 



Onde outrora houve escravos... onde houvera seres bizarros... há novos seres: livres viveres... eis os que esperam:

- sem maior preocupação... sem maior confusão... 

- os que não desesperam...

sorrindo... festejando... crianças no jardim dos tempos... entre as vagas convivendo... 

e - os castelos das areias antigas... que o mar - de novo fez vivas... até serem de novo crianças...

 transformem em sonhos as estruturas baças... as que outrora o tempo apagava... e que a vida - imensa- ilumina e inflama... 

eis oassim a que se transforma … como a gota que se forma do vazio da imensidão… 



caindo... sem medo.... subindo… sendo assim a água de um novo rio - a que se faz mar bravio… e de novo inunda os céus… azul imenso que se faz firmamento… o que entre os tempos... ecoa:



em ti… 
e em mim… 
assim se transforma a divina forma
da verdadeira flor de Lis...

 assim é ... 
se assim se crê... 
se assim o faz valer...
quem o ler...
e quem assim o diz...