A força que liberta
A ciência certa
Mais além da porta – já aberta – uma luz entra e nos refaz
Uma luz que dissolve a treva, que nos mostra a nossa face
A face vera e bela – que por dentro nem treme nem teme
Essa que, dormente, é ternamente presente, essa donzela
A que zela, passando o dia e a noite em vela,
A alma inteira guarda, transparente aguarda,
a tua opção, coragem que advém do coração
Uma força que não se comanda em vontade;
Nem se ergue
Em contra da essência
Da sua própria verdade
Com compaixão, vai mais além da verdade
Essa que no dia se esta acostumado a ouvir
Essa que marca a pauta da saudade
Do mundo interior, o que pode advir,
desse algo maior que fala do Amor…
Esse que sabemos assim existir
Vem desse nosso mesmo centro
Templo além do tempo e idade
Vem do Ser sem sequer saber
Vem do estar sem sabe estar
E mesmo assim permanecer;
Esperando
– procurando –
no mesmo lugar –
se prolongando
Dois seres num mesmo lugar
Que se encontram e juntam
E assim se casam sem cessar
Vêm ambos assim se entregar e mergulhar;
Entre espaços que se repetem sem cessar…
Entre os tempos se perseguem…
No centro a reencontrar seguem
A fonte e a origem, a força e vida
Eis nascente de água pura, fluída
dentro nos de novo a se vivificar,
Eis a donzela dormente
Na sua torre em rio corrente
Transparente como o mais puro cristal
Esperando assim ser prendida
Ainda que silente adormecida
Chama da coragem incontida;
Ainda ausente o fogo branco
Vermelho e vivo
esperando;
Se transformado regenerando
além do que te digo cantando
De novo se transformando;
Em chamada pura e original
Eis a transmutação real
No Cálice original
Da água da alma que flui
Em vaso de cristal
E da coragem que se propõe;
Nem se limita nem se impõe;
Ao Ser de sua essência igual…
(excertos de poesias - Do betão ao coração - Flores de Luz - Um livro por uma causa)
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