Música

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Quando o amor nos convida a sonhar...






Quando a vida nos convida: a abraçar outra vida... asa estendida... para que o ar vibre e se expanda entre dois seres livres e livres os comparta: para que se elevem e vibrem - mais alto, mais intenso... mais brilhante...

Gaivotas ao vento... animando outras asas a se estender... amar... viver...

A vida tem um projecto: iluminar este mundo com seres luz que amam e se entregam ao amor...

Como se descobre isto?

De certo em nenhum livro, seita iluminada, religião passada ou colóquio de universidade..

quando a nossa pele é a pele do ser amado e começamos a voar - se ja o toque oriundo de um lado ou outro lado... e já não sabemos de onde veio o gozo e o prazer de sentir o coração bater naquele ou neste ser...

Advém da  vontade profunda de estabelecer raízes dentro da pessoa amada - que os nossos sonhos , vida e intensidade - penetrem os fios de negrume que outrora a velavam e se deixe trespassar por toda a vida que palpita em cada palavra, cada beijo, cada jogada arriscada... com vista a construir esse mundo novo - feito de bloques luminosos e dourados: de seres entrelaçados - dois a dois plantados; dois a dois integrados - como se um só ser fossem...

E o novo edifício transcende as barreiras da mente - triste e pigmeu tirano, que assumiu as funções ditatoriais - quando apenas serve para dar respostas claras, concretas e concisas nas encruzilhadas em que o amor se confronta com situações pragmáticas que aparecem no trilho do dia a dia e que possam velar ou obstaculizar o rumo mais transparente neste regresso a casa que é amar...

E arde um palpitar secreto: mil fogos, mil sóis - no interior da pele esperando despontar...

Um coração que palpita sem brida, pela simples presença da mulher que se admira, que se quer - ter, estar perto, partilhar tempo.... cujo aroma inspira a sonhar, cujo toque suave inspira a se dissolver, dissipar - para me estender como um manto por toda a pele que se vê e poder sentir esse calor palpitar em todo o meu ser...

É o mergulhar no olhar e ficar feliz por sentir palpitar essa luz de coração feita luz de vida cristal - iluminada por um dourado esbranquiçado que irradia do olhar... e é sofrer e estar triste quando se sente essa luz murchar - por qualquer motivo, por qualquer buraco no nosso caminhar - pois deixamos de ser dois e passamos a ser só um caminhar - tua alegria e tua dor a minha palavra feita sorriso ou pesar....

É sentir como esse coração iluminado se faz luz no teu rosto inspirado - quando me vês como teu parceiro, teu homem por direito: porque escolheste as razões para me amar e deixaste as desculpas para te afastar - TODAS, TODAS - penduradas de lado na porta de entrada do nosso futuro lar...

É porque te atreveste a sonhar - e disseste a palavra - e avançaste com uma atitude - de estar mais tempo em nós; abandonando as rotinas antigas - o teu castelo: de seguranças esvaídas - e saíste - confiando nos meus braços - que te diziam cá de baixo :" é assim"! Vem!
 É assim que aprender a voar - enche os pulmões de ar, sente que rocha serena e sólida está lá em baixo para te abraçar - e vai! - não dês tempo a duvidar! Vai!"

E eram os meus braços esse solidez que te ampara, era o meu peito quem te embala, o meu calor o que te acolhe depois do salto que pensavas ser no vazio ao escolheres o que se esconde por detrás do conceito amar... era eu que te estava a chamar...

Por isso - desliguemos nossos "cães cerberos" - guardiães de Infernos que já não merecemos - ponhamos nossos passos rumo ao Sol - ao paraíso prometido - que um dia abandonamos para o regresso escolhido - por ti e por mim; livres e iluminados - purificados dos desvios - de tudo aquilo que nos atrai para a animalidade não elaborada - o amor não trabalhado entre os teus braços e os meus - entre o sorriso de fazer amor e estar puramente desperto e livre - sorrindo para o outro que nos da tudo e não leva nada em troca... a não ser o amar ao que me entrego - em ti - ser concreto que amo e desejo;

E aparecemos nos entramados da vida - dois seres novos - vestes garridas;
vestidos diferentes - com roupas de vida, esperança e amor: na entrega ao abraço que nos acolhe, à intensidade que nos envolve e eleva, à confiança cega que premeia com uma vida a dois que se multiplica entre todos os que se ama, e que nos reconhecem; que se traduz em luz pura - vida - que através de nós desce e se faz densa - para a outra luz falar acerca da sua natureza ancestral e assim a libertar... filhos quiçá?

Este nosso sonho começa aqui - assim - em ti e em mim; mão dada - olhar centrado na linha do horizonte - esperando o cântico à aurora que é quando passamos a noite escura - fria e ameaçadora - amparados no calor do  nosso abraço e na solidez do "sim" - do compromisso dado - por dar corpo, vida, alma e sangue a aquilo que nos une: e nos liberta - o amor que nos promete que, em cada passo - por muito que parece mais escuro - está uma estrela prestes a despontar - e o novo dia do nosso querer prestes a dealbar...

Amo-te e quero-te minha: mulher

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