Mil fogos
Ardem
Sem se ver
No coração
De quem assim
Ainda
Se digne
A crer
Mil fogos
A não esquecer
Entre a luz nova
E a luz a se esvaecer
Mil fogos
Em teu redor
Mil fogos
Por devoção
Amor e louvor
Mil fogos
No teu coração
Prezado
Mil fogos
No teu coração
Sagrado
Mil fogos
No teu coração
Rezados
Baixinho
(clicar para ouvir como outros ouvem)
Sem se ver
Ou sentir
Além do que nos
Diz
A ti
E a mim
Aquilo
Que ninguém mais
Nos diz…
Esperança
Entre o eco distante
E o som
Da palavra
Cadente
Silente
Do homem
Feito criança
E da criança
Sorridente
Que assim se anuncia
Num discurso
Pungente…
Mil fogos
Ardem
Sem
Se ver
Com o olho
Que sabe
Que tudo
Isto
É verdade
Mil fogos
Por dentro
A prevalecer
O que
Por fora
Parece
Esmorecer
Mil fogos
A renascer
Entre tantos
Outros
Olhos
E lágrimas
A esquecer
A razão
De ser
De aqui estar
De aqui
Ficar
Até despertar
Desse sonho
Que se pretendia
Recordar
O futuro
Risonho
Que nos foi dado
A viver
E guardar
Faz tanto
Tanto tempo
Que se parece
Deixar
De viver
E partilhar
E que regressa
Desde sempre
Por sempre
Entre a manha
E o entardecer
Noite velada
Esvaida
Apagada
Dos teus
E dos meus sonhos
Além de nada
Trazidos desde a noite escura
e pela nossa alvura
em alvura transformada
e pela tua
e pela sua
e pela nossa docura
em vida nova sagrada
assim feita
assim reforjada
espada
de águas
de vidas
novas
em vida
nova
transformada...
Entre o astro sagrado
Arvore de silencio
Rei enterrado
Esquecido
E abandonado
Algo novo
Brota
Sem se saber
Semente de vida
E de luz
A prevalecer
Um espaço
Um pedaço
Da tua alma
De ser
De mulher
Uma onda
De água fria
Que se anima
E te faz reviver
Me dizem
te dizem
"vai"
te encomendam
um caminho
que se esvai
te reservam
um momento
num espaço
do que se não sai
e entras
com coragem
e a tua alma
em imagem
reves
num espelho
de água
no que mais não crês
e vês
o meu
e o teu
olhar
do revês
esquecido
transformado
em mil
e um olhares
transtornados
de tanto
e tanto
querer
o que se tem
por dentro
apagado
e tu reluzes
desde esse
teu
outro
lado
e eu te procuro
perdido
esvaído
entre tanto
olhar perdido
e te sinto
renascido
entre o momento
assim partido
nesse tempo
assim
renovado
e sei
que estás
ai
e que não vais
mais
de mim
sair
aonde
te mandem ir
com vozes
perdidas
que desconhecem
o devir
quem não sabe
bem
do teu
e o meu
bem querer...
e te esvais
se cais
e te perdes
se vais
e te encontras
se me abraças
e recordas
o que
quando
sem sobressalto
a esta triste orla
trouxeste
e
escondeste
entre as rimas
e as palvras
soltas
perdeste
entre as horas frias palideceste
a luz mesma
do go
que cresce
e que por dentro
firme
nos enaltece
assim
me repuz
assim me repuseste
água e fogo
sombra e luz
no mesmo espaço agreste...
num mesmo Ser
que mais não se esquece...
Um pedaço
De sonho
De um homem
Qualquer
Que recorda
À frente
Da porta
A razão
De ter saído
Sem querer
Entendes
A rima que digo
E o ritmo que sigo
Entendes
Amiga
Amigo
Tudo que ainda
Está por vir?...
E por dizer
E que
Traduzir
Não consigo...
Se quiser?...
Entendes
Com a voz
Do ser
E o perceber
Do teu sentir?
Sendo-o
Também
Sem o saber
Querer?...
Existir
Além
Do porvir...
entre as linhas
entrelinhas de seres humanos vidas
tuas
minhas
de seres livres já
mais escravos
dos medos
dos gregos
e dos seus troianos
dos sonhos
amantes
e dos seus
rebentos
guardados
pais hermanados...
Sem temer
o que já lá está...
Por aparecer…
Perecer
ou
Renascer...
ou a Alma antiga
esmigalhada
e perdida
de novo congregar
refazer
e apresentar...
ganhar ou perder
nas rimas
é uma charada de horas
frias
trazer a emoção contida
além das horas,
das memórias perdidas
é ir mais além
da magia
e trazer a alma
viva
de novo
à Vida
prometida
ou a Alma antiga
esmigalhada
e perdida
de novo congregar
refazer
e apresentar...
ganhar ou perder
nas rimas
é uma charada de horas
frias
trazer a emoção contida
além das horas,
das memórias perdidas
é ir mais além
da magia
e trazer a alma
viva
de novo
à Vida
prometida
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