As forças que nos travam – para beneficio de uma força que
nos esmaga – as forças que nos impelem e motivam e nos ajudam e dizem – segue!
– essa é a nossa força antiga – que nos alerta e afaga…
Hoje entre a romagem, entre a aragem da tempestade – entre o
caminho enviesado que leva à cidade – como labirinto feito de novo, como uma
galinha mais sem ovo – como algo fechado- por dentro lacrado – que em si mesmo
tem a resposta do que esteve – desde sempre – assim oculto ou velado…
São essas forças amigas
- bem antigas –que marcam o ponto do dia a dia – essas que – ponto a
ponto – por mais que se diga – nos mostram o caminho à casa e ao lugar da vida
mais antiga:
– essa que se
convergia, a que se vivia; que se celebrava e nos alimentava – além do que tudo
o que o resto mandava – essa não mais escrita – velada – nas pedras vivas - ainda
alimentada…
Para quem a sinta, para a gente convidada – a entrar na roda
espiralada, na flores guardada, na noite mais escura – por dentro assim
iluminada – para que seja dia entre quem caminha na noite mais luzia e não
assim pela luz cegada…
Consagrada em excursões apagadas – de gentes que +assam,
cabeça baixa – por orgulho desmembrado ou memória de povo velado – dão as
voltas não dizem nada
Desde os calvários antigos – debaixo da igreja escondidos –
seguem e seguem na sua romagem
E perseguem o que alma pede – aquilo que mais não se escreve
e que por dentro nos é revelado…
uma voz de criança, num meio qualquer
uma voz deforma de ser de mulher
que renasce
quando é grande
e se deita
quando se desfaz
uma voz que que se mostra
quanto tempo é capaz...
e a voz que ouvezsem velho
se faz o que eras em espr'ança
Algo em nós é sagrado
Consagrado à nascença
Depois esquecido
Apagado
Por mais do que a crença
Se mantenha
Quase igual
Em todo o lado
Uma obrigada
A ferro e fogo marcada
A outra escrita
Sem que ninguém
Tenha em si a dita
De a ter ditado
Uma a força da vida
Sem brida
A outra a força de vida lacrada
Uma escrita e repetida
Ladainha assim expedita
em jeito de verso
transformada
Outra a força da linha
Que se faz curva de
jeito espiralado
Que canta e grita e brinca
Em ti
E um pouco por todo o lado
Se estiveres
Atenta
Atento – sentirás e ouvirás
Essa força viva
De que te estou afalar
Como danças com os elementos
Sendo o elemento por eles alimentado
Estando assim no centro
Por eles
Todos eles
Assim centrado
Como pairar
Estando assim parado
Como estar sem estar centrado
Diluindo de olhos abertos
Como o fazes quando
o fazes de olhos fechados…
Esse caminho livre
Lentamente revelado
Vai com os puros
E humildes
Os que o encontram
Por mero acaso
Guardado
Nos seus tesouros escondidos
Não mais vendidos
Não mais tidos
como o tesouro maior
a ser apontado
Com avida toda
Do que nos foi dada
Por senhor ou senhora
Além de qualquer fado
Ou obra completa ou inacabada
Seja a verdade prometida
No teu coração
No meu contida
Esperando um certo canto sagrado
Um certo momento
Um certo tempo
Nunca dantes levantado
Para ser assim rezado
Para ser assim celebrado
Para ser e estar assim solto
Como canto de luz desconsolado
Evocando o tempo antigo
O livre e belo passado
Além das redomas e das cúpulas
Que nos mostram
A pequenos
De antes
A quem a vê
A tua própria essência que ecoa
Além de qualquer ciência
gerando pontes maiores
Para quem realmente o É….
Verdadeiros primores
Que nos orientam
Até Aquele
Sere(s) maior
Os que por dentro
Ainda
Nos sustentam
E que – encontrando-se
Lado a lado
Reverberam
Como vasos cristalinos
Regenerando
A força viva
Do mundo anterior
Evocando
O canto vivo
Por louvor
A força anterga
Por Amor Maior
Que se mostra…
Que se esconde
Entre quem assim desmente
E quem assim planta
A devida semente
No seu jardim interior
Esse que desde sempre
Se mais não se nega
Como em certas caminhos
ocos velados escondidos
Como numa certa trégua
Se apostas, se te mostras
Além do que a visão mostra
teu verdadeiro mundo anterior…
Tua visão maior
O ver o monte e subir,
desde a perspectiva
Que pensavas, Mais não existir
Sem querer
Deixar atrás
o que te fez
num princípio
partir
Para no regresso
Poderes assim despertar
Cantando
Uma mesma melodia
Aumentando
Crescendo de luz e vida
Entre quem assim afina
Fundamental que nos anima
Assim
Um dia
Uma noite prometida
Desde a Origem
Desde a Vida
Num qualquer lugar
Desencontrado
Pelos escolhidos
De novo
Assim achado
Numa qualquer via
Numa qualquer estrada
Aparentemente sem saída
Aparentemente vedada
Quando juntos
Irmanados
Nos vejamos
Além as vestes
Que nos mantenham
Velados
Ou afastados
Tu que sentes
E que vês
E mais não mentes
A aquilo que és
Que não repetes palavras
Usadas
E gastas e marcadas
E sentes as novas
Desde ti jorrar
Como um rio
De vida
Noutros rios
a se ligar
Essas mãos amigas
Com calor interior
além do que o tempo diga
Que se dão de mão em mão
Abraço antigo e puro
De coração vero
A coração sincero
Esses que se escreviam
Se se descrever
Esses que ainda valem
E existem
Mais não para aqueles
Que trazem as luzes que bebes
Quando olhas em ti
E em mim…
Mesmo sem se deixar
Ver
Mesmo sem se saberem
Se reencontrando
Mesmo sem se perderem
De novo se achando…
Nos lugares
que nos foram dados
aguardando
Entre obeliscos e os monumentos parcos
Monumentos erigidos
E assim redigidos
Para visitantes de outros confins
Tantos para quem vem aqui
Ver
Visitar
E seguir
E talvez partilhar
Algo do que aqui
Se deixou para lembrar
Entre os paramentos
E as rápidas coisas
Entre os mais rápidos
E os caminhos lentos
Há esse O CAMINHO
Esse O LUGAR
Onde tu e eu
Um dia, Uma noite
Num tempo certo,
Sem se combinar
Nos encontraremos
Além da raiva, da ira, do medo
Além da dúvida
ou de qualquer segredo
E nos veremos
de forma original…
Saberemos
O que detrás do espelho
Nos escondia o verdadeiro olhar…
Esperemos que chegue a mensagem a tempo
Além do que te estou aqui a contar
Por as teclas são pequeno instrumento
Para de tanto – de tanata essência
Poder evocar
Lembra
O rio profundo
Que regressa
Ao seu verdadeiro lugar
Enquanto o resto do mundo
Divaga
E segue na estrada
Para qualquer ou nenhum lugar…
Passar a ponte marcada
E esperara hora lacrada
Que quem encontre o sentido
Vá estabelecendo pontes de vidro
De brio
Invisíveis assim para qualquer outro olhar
para o que outros pretendam
como sempre,
procurar dominar e fechar
Sem terem sido previamente
Desde dentro
Desde sempre
convidados assim
A despertar
Germinar
E florir
E nesse jardim
De novo entrar…
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